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“As mulheres são as mais expostas à violência da guerra”, escreve Janja em artigo no Le Monde

Radio France Internationale – O jornal francês Le Monde desta segunda-feira (31) traz em sua edição impressa um artigo de opinião assinado pela socióloga e primeira-dama do Brasil, Rosângela Lula da Silva, em que ela aborda o papel da mulher na elaboração de uma cultura de paz.

Janja da Silva começa contando a visita que fez recentemente ao museu do Memorial da Paz, em Hiroshima, no Japão, para onde viajou acompanhando o presidente Lula à cúpula do G7 e pôde refletir sobre as graves consequências da guerra.

“São os homens que decidem fazer a guerra, mas são as mulheres que sofrem as piores consequências”, escreve a esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando a importância da participação feminina em qualquer tentativa de construir a paz.

“A guerra é um instrumento de perpetuação das desigualdades econômicas, sociais, raciais e de gênero”, continua Janja. A autora também denuncia que nas regiões onde a violência faz parte do cotidiano, “as mulheres e meninas têm a responsabilidade de manter uma normalidade, enquanto são expostas a diferentes tipos de agressões sistemáticas contra seus corpos”. Ainda assim, elas “conseguem dar um novo sentido à vida em comunidade”, completa a socióloga, “sendo ativas na defesa dos direitos humanos e do meio ambiente”.

Janja também lamenta que as mulheres estejam menos presentes em cargos executivos e legislativos, já que ocupam, em muitos casos, posições de liderança comunitária. “A presença delas é limitada especialmente nos órgãos de tomada de decisão em matéria de defesa e segurança”, escreve.

Para a primeira-dama do Brasil, socióloga de profissão e membro do Partido dos Trabalhadores (PT), “essa contradição é incompatível com a necessidade de promover uma cultura de paz”. A autora aponta como um bom exemplo o “Pacto sobre as mulheres, a paz, a segurança e a ação humanitária”, adotado pelo Conselho de Segurança da ONU, em 2000. Uma agenda que, de acordo com Janja, “ganha visibilidade no Brasil e no mundo à medida que os conflitos se multiplicam e seus efeitos se agravam sobre a população civil”.

Janja da Silva termina o artigo convidando a uma reflexão sobre “o amanhã que queremos deixar para as gerações futuras”. Ela encerra dizendo que “sem paz, não podemos fazer frente aos outros desafios da humanidade: a luta contra a fome e as desigualdades, as pandemias e a crise climática”.

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