A quantidade de brasileiros impedidos de entrar na Europa nos primeiros seis meses de 2018 aumentou 50% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com o mais recente relatório da Frontex, a agência de fronteiras europeia. Entre janeiro e junho, 2.225 cidadãos do Brasil foram barrados no continente.
Isso equivale a mais de 12 pessoas impedidas de entrar na Europa diariamente. O país está na nona posição entre as nacionalidades mais afetadas. Se consideradas apenas as entradas negadas nos aeroportos, a situação é ainda mais representativa. Os brasileiros só perdem para os cidadãos da Albânia entre as nacionalidades com mais recusas de entrada na União Europeia.
Segundo a Frontex, a maioria dos casos aconteceu porque os brasileiros não possuíam “documentação apropriada para justificar o motivo da viagem e as condições da estadia”. Ou seja: um forte indicativo de que essas pessoas poderiam imigrar irregularmente para o velho continente. O número de brasileiros impedidos de entrar na Europa já foi bem maior. Em 2008, por exemplo, mais de 11 mil cidadãos do país não puderam entrar no continente.
Os números caíram significativamente ao longo dos anos, até chegarem ao mínimo de 2.313 barrados em 2014. Desde que a crise política e econômica se intensificou no Brasil, no entanto, as dificuldades nas fronteiras europeias têm aumentado. O número de barrados saltou para 3.701 em 2016: uma alta de mais de 60% em dois anos.
Em 2017, o número voltou a cair, fi cando em 3.143. Neste ano, a tendência de alta voltou a ser observada. A quantidade crescente de deportações também sinaliza o aumento de migrantes brasileiros sem a documentação adequada. Nos primeiros seis meses de 2018, 1.037 brasileiros foram forçados a sair da União Europeia. Uma alta de 35% em relação ao mesmo período do ano anterior.