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As principais preocupações dos eleitores para as próximas eleições nos Estados Unidos

Da Redação – Da inflação ao direito ao aborto, passando por criminalidade, imigração e defesa da democracia: as preocupações dos eleitores americanos são diversas, mas algumas pesarão mais do que outras na hora de votar, em 8 de novembro.

Nessas eleições serão renovadas todas as 435 cadeiras na Câmara dos Deputados e 35 das 100 cadeiras no Senado. Trinta e nove eleições estaduais e territoriais serão realizadas, bem como numerosas outras eleições estaduais e locais. Os resultados determinarão o 118º Congresso dos Estados Unidos. Esta será a primeira eleição afetada pelo redistritamento que se seguiu ao censo de 2020.

Inflação
A alta dos preços é a principal preocupação das famílias americanas, de acordo com todas as pesquisas. A oposição republicana acusa o presidente Joe Biden e seu Partido Democrata de serem responsáveis pela crescente inflação.

“Hoje em dia, desde fazer compras até abastecer o carro, tudo está mais caro”, denuncia a candidata conservadora Jen Kiggans, em um anúncio de campanha, no qual dirige um carro.

Os democratas têm evitado falar sobre esse assunto, por medo de que isso os prejudique. Mas correm o risco de parecerem desconectados da realidade.

A atual presidente da Câmara de Representantes (Deputados) e líder democrata, Nancy Pelosi (D-CA), convocou seus correligionários, no fim de semana, a darem “uma mensagem clara e convincente” sobre a inflação.

Aborto
O direito ao aborto é a carta na manga dos candidatos progressistas, depois de a Suprema Corte revogar, em junho, a histórica decisão de 1973 (Roe vs. Wade) que consagrava o direito à interrupção da gravidez em nível nacional.

A decisão da mais alta instância judiciária do país deu aos democratas uma recuperação nas pesquisas de opinião, alimentando especulações de uma possível vitória democrata nestas eleições de meio de mandato ou “midterms“, tradicionalmente desfavoráveis ao partido do presidente da situação.

Além disso, os democratas foram galvanizados por um referendo organizado no início de agosto no estado muito conservador do Kansas, onde os eleitores se mobilizaram em massa para rejeitar uma emenda constitucional hostil ao aborto.

A duas semanas da eleição, porém, pesquisas de opinião mostram que o aborto não é mais a prioridade dos americanos.

Criminalidade
Já os republicanos fizeram da criminalidade, que sobe no país, segundo dados oficiais, um de seus principais ângulos de ataque. Acusam os democratas de serem incapazes de garantir a segurança dos americanos.

Na Pensilvânia, um dos estados mais disputados dessas “midterms“, o candidato republicano Mehmet Oz acusa, constantemente, seu oponente democrata John Fetterman de “pegar leve com o crime”.

Os democratas tentaram rebater essas acusações, aprovando uma série de projetos de lei nas últimas semanas, que devem, em tese, melhorar o recrutamento e a formação de policiais no país. Isso incomodou a ala mais progressista do partido, que milita para reduzir o financiamento da polícia desde a morte do afro-americano George Floyd, morto por um policial branco durante uma abordagem.

Imigração
Sempre um tema explosivo nos Estados Unidos, a imigração ganha ainda mais peso a duas semanas das eleições. A oposição republicana acusa os democratas de terem transformado a fronteira com o México em uma “peneira”.

Os Estados Unidos registraram mais de dois milhões de detenções de migrantes nesta fronteira entre outubro de 2021 e agosto de 2022. É um número recorde, que inclui reincidentes.

Os republicanos garantem que essa imigração irregular alimenta o tráfico de fentanil nos Estados Unidos, um opiáceo sintético até 50 vezes mais potente que a heroína. A substância é responsável pela morte de milhares de jovens no país.

Guerra cultural
Os republicanos também prometem um “futuro baseado na liberdade”, em particular nas escolas do país, objeto de acalorados debates nos últimos anos sobre o confinamento, o uso de máscaras, a vacinação anticovid, ou o ensino do racismo. Essa posição parece encontrar eco em suas bases.

Os conservadores também continuaram sua ofensiva contra as atletas transgênero, defendendo que “apenas mulheres podem participar de competições esportivas femininas”.

Os democratas pedem, por sua vez, a ampliação das proteções para pessoas lésbicas, gays, bissexuais e trans (LGBT).

Defesa da democracia
A defesa da democracia se tornou uma nova preocupação dos eleitores americanos, depois de uma série de audiências de comissões de inquérito que investigam o ex-presidente Donald Trump, assim como a invasão ao Capitólio, por parte de seus apoiadores, em 6 de janeiro de 2021.

O ex-presidente continua afirmando que a eleição de 2020 foi-lhe “roubada“, uma tese à qual aderem milhões de seus partidários e centenas de candidatos republicanos na corrida para 8 de novembro.

Mudança climática, o grande ausente
Apesar dos repetidos desastres ambientais em todo país este ano, o tema do aquecimento global raramente foi abordado durante esta campanha.

De acordo com uma pesquisa do jornal “The Washington Post”/ABC News, quase 80% dos democratas acreditam que a mudança climática é “muito importante”, em comparação com apenas 27% dos republicanos.

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