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Casal americano é preso por tentar vender tecnologia de submarinos nucleares ao Brasil

JSNEWS – Um engenheiro naval da Marinha dos Estados Unidos e a esposa foram presos ao tentar vender segredos militares ao Brasil sobre tecnologia de reatores nucleares usados em submarinos. Jonathan e Diana Toebbe procuraram a inteligência militar do Brasil em abril de 2020 para propor o negócio, oferecendo milhares de páginas de documentos confidenciais de Washington, mas as autoridades brasileiras denunciaram o espião ao adido legal do FBI no país.

A identidade da potencia estrangeira foi ocultada pelo Ministério Público Federal dos Estados Unidos e foi amplamente especulado que poderia ter sido a França.

No entanto, um alto funcionário brasileiro e outros familiarizados com a investigação confirmaram que Toebbe se aproximou do governo brasileiro em abril de 2020, informou o New York Times nessa terça-feira,15.

Fontes familiarizadas com a investigação confirmaram que o engenheiro naval Jonathan Toebbe (direita) e sua esposa, Diana (esquerda), tentaram vender segredos nucleares dos EUA ao Brasil que mantinham na época boas relações com os Estados Unidos.

Analistas alegam que a divulgação de Toebbe foi uma “escolha estranha” dado que o então presidente Donald Trump e o presidente brasileiro Jair Bolsonaro haviam fortalecido a aliança entre os países. Alguns argumentam que naquela época as relações EUA-Brasil eram as mais próximas em décadas.

E apesar do governo brasileiro estar interessado em desenvolver sua própria tecnologia militar, os funcionários do país não estavam dispostos a roubar segredos americanos.

A trama dos Toebbes rapidamente foi desvendada depois que a inteligência brasileira entrou em contato com o FBI revelando a trama.

A confirmação de que Toebbe entrou em contato com o Brasil vem um mês depois de se declarar culpado em um tribunal federal em Martinsburg, Virgínia Ocidental, por uma única acusação de conspiração para comunicar dados restritos. Diana, 45, ainda nega as acusações contra eles.

O casal pode ser condenado em até 17 anos de prisão.

De acordo com funcionários familiarizados com a investigação, os Toebbes selecionaram o Brasil porque acreditavam que a nação estava ansiosa para adquirir tecnologia nuclear e rica o suficiente para comprar seus segredos, e por não ser uma nação hostil aos aos EUA.

O casal teria acreditado que revelar segredos a adversários americanos – como Rússia ou China – era imoral, mensagens de texto apresentadas no tribunal revelaram.

Eles observaram que havia apenas alguns países que não eram “excessivamente hostis” aos EUA e também poderiam fazer uso dos projetos roubados que Toebbe procurou vender.

O Brasil, que começou a desenvolver seus próprios submarinos nucleares em 1978 e tem se interessado na tecnologia nos últimos anos.

Em 2008, durante a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, a nação reinvestiu em seu esforço de criar um submarino nuclear para melhor proteger e patrulhar sua zona econômica no Oceano Atlântico. A zona fornece à nação combustíveis fósseis e outros recursos.

Bolsonaro, no mês passado, supostamente mencionou a tecnologia do reator nuclear durante uma viagem a Moscou, que ocorreu uma semana antes da Rússia invadir a Ucrânia.

Fontes afirmam que Bolsonaro tem trabalhado para manter uma relação positiva com o presidente russo Vladimir Putin, apesar da guerra em curso alegando manter relações com a Rússia no caso de surgir uma oportunidade para uma parceria com a tecnologia do reator nuclear.

Um alto funcionário do governo Biden disse ao jornal na terça-feira que a viagem de Bolsonaro provocou críticas de líderes americanos. O funcionário também disse que buscar a aquisição da tecnologia militar russa “é uma má aposta para qualquer país”.
O FBI disse que o esquema dos Toebbes começou em abril de 2020, quando Toebbe enviou um pacote de documentos da Marinha para uma agência de inteligência militar brasileira e escreveu que estava interessado em vender para aquele país manuais de operações, relatórios de desempenho e outras informações confidenciais.

Após o recebimento, a agência brasileira avisou aos investigadores do FBI sobre as intenções de Toebbe e o FBI passou a usar um agente disfarçado para se passar por funcionário brasileiro em um esquema e negociação que terminou com a prisão do casal.

Durante o processo e negociação com o agente disfarçado, Toebbe e concordou em receber US$ 100.000 em criptomoedas pelas informações, dos quais $70.000 foram pagos antes de ser preso.

De acordo com o New York Times, Toebbe inicialmente hesitou em entregar os documentos confidenciais ao agente disfarçado e questionou sua identidade.

“Estou preocupado com o local de entrega que seu amigo preparou, isso me deixa muito exposto”, escreveu Toebbe ao agente, de acordo com os registros judiciais. “Por enquanto, devo considerar a possibilidade de que você não é a pessoa que eu espero que seja.”

Para convencer Toebbe de que estava falando com um funcionário brasileiro, o agente do FBI o instruiu a procurar um sinal colocado em uma janela de um prédio do governo brasileiro em Washington D.C. durante o fim de semana do Memorial Day.

Depois de ver o sinal combinado, Toebbe concordou em deixar uma amostra dos documentos roubados.
Diana foi acusada de servir como cúmplice e “vigia” em vários locais pré-arranjados de entrega em que seu marido depositou cartões de memória contendo segredos do governo, escondendo-os em objetos como um invólucro de chiclete, um embalagens de band-aid e um sanduíche de manteiga de amendoim. Ela se declarou inocente das acusações e o caso contra ela permanece pendente.

Agentes do FBI que revistaram a casa do casal em Maryland r encontraram um saco de lixo com documentos destruídos, milhares de dólares em dinheiro, passaportes infantis válidos e uma bolsa contendo um pen drive USB e luvas de látex.

Diana disse anteriormente que seu marido só queria fugir do país porque odiava Donald Trump.

Com informações  – Dailymail e NYT.

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