O embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybáñez, criticou nesse domingo, 05, a postura do presidente Lula (PT) em relação aos regimes da Venezuela, Cuba e Nicarágua.
Nas redes sociais, Ybáñez compartilhou o artigo intitulado “Fóssil“, de Demétrio Magnolli, publicado no jornal Folha de S.Paulo.
O embaixador destacou o verso “O tempo passou na janela e só Carolina não viu”, de uma canção do Chico Buarque, citado também na crítica de Magnolli.
Segundo o colunista, Lula não aproveitou a “oportunidade de levantar a voz por eleições livres na Venezuela, uma abertura política em Cuba e o fim da selvagem repressão do regime de Ortega na Nicarágua”.
“Pior: o presidente executou suas acrobacias habituais destinadas a legitimar as tiranias”, escreveu o colunista Magnolli.
O deputado Alencar Santana (PT-SP), vice-líder do governo na Câmara, reagiu na noite de domingo à postagem do embaixador, que entendeu ser sido “ofensivo” ao governo brasileiro. Postou o parlamentar petista:
“É lamentável que um diplomata difunda (e, assim, reforce) a crítica ao país que o recebe e que, acima de tudo, tem a tradição de não interferir nos assuntos internos de outras nações”.
Ybánez respondeu que seu tuíte com o artigo do colunista já tinha sido retirado e afirmou que na sua conta pessoal tem o hábito de retuitar “as opiniões de muitas outras pessoas que não são necessariamente as minhas. Tirar de lá uma opinião ou uma crítica específica não corresponde à realidade”.
Em novembro, Ybáñez declarou que a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro “abre o caminho” para que seja fechado o acordo comercial entre a UE e o Mercosul.
Três semanas após tomar posse, o presidente da República retomou sua política externa com países da América Latina. Ele visitou a Argentina e o Uruguai em janeiro.
Logo no início de seu terceiro mandato, Lula anunciou o retorno do país à Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos).
O Itamaraty criou, inclusive, um departamento temporário para reinserir o Brasil na Celac. O país havia abandonado o grupo em 2019 por ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se negou a participar de um grupo que Cuba e Venezuela também integravam.