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Governo Lula expressa ‘preocupação’ com a visita do ministro da Segurança Nacional de Israel a um local sagrado em Jerusalém

ANSA – O governo do Brasil expressou “grande preocupação” com a visita do ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, na Esplanada das Mesquitas (ou Monte do Templo), local sagrado para muçulmanos e judeus em Jerusalém.

O episódio ocorreu na manhã da última terça-feira (3) e foi interpretado como provocação pelos palestinos. “Ações que, por sua própria natureza, incitam à alteração do status de lugares sagrados em Jerusalém constituem violação do dever de zelar pelo entendimento mútuo, pela tolerância e pela paz”, diz uma nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.

O comunicado já marca uma clara mudança de posição do governo Lula em relação a Jair Bolsonaro, que era plenamente alinhado a Israel.

“O Brasil reitera o seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz, em segurança e dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas”, acrescenta o comunicado do Itamaraty, que ainda “exorta ambas as partes a se abster de ações que afetem a confiança mútua necessária à retomada urgente do diálogo”.

De acordo com autoridades de Israel, a visita de Ben-Gvir obedece ao acordo que prevê que não muçulmanos podem visitar a mesquita, desde que não rezem no local. O gabinete do premiê Binyamin Netanyahu, que tomou posse do cargo na semana passada com um time de ministros mais à direita do que nunca, afirmou que ele segue comprometido com os termos desse acordo histórico.

“O governo israelense do qual sou membro não se renderá a uma organização assassina vil”, escreveu Ben-Gvir no Twitter. “O Monte do Templo [nome judeu do complexo] está aberto a todos, e, se o Hamas pensa que ameaças vão me deter, entenda que os tempos mudaram. Há um governo em Jerusalém!”

Ben-Gvir  foi empossado como ministro da Segurança Nacional recentemente no novo governo de Benjamin Netanyahu. Ele já defendeu a alteração do status quo que proíbe judeus de rezarem na Esplanada das Mesquitas. (ANSA).

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