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Juiz pede ao governo Biden que indique se pedirá pena de morte para atirador que matou 10 pessoas negras em Buffalo, NY

Da Redação – Um juiz federal dos Estados Unidos pediu nesta quinta-feira (16) ao governo de Joe Biden que se manifeste rapidamente sobre se pretende buscar a pena de morte contra o jovem supremacista branco que matou 10 pessoas negras em maio em um supermercado de Buffalo.

Acusado ontem de um “crime racista” pela justiça federal, Payton Gendron, de 18 anos, compareceu nesta quinta pela primeira vez perante o juiz Kenneth Schroeder em um tribunal federal em Buffalo, Nova York.

Durante esta audiência processual, ele disse que estava desempregado e tinha apenas 16 dólares em sua conta bancária, e pediu assistência jurídica.

O magistrado concedeu a ele os serviços de um defensor público e apontou que seu caso pode custar caro aos contribuintes.

“Quando a pena de morte é possível, os advogados de defesa têm uma responsabilidade ainda maior” e logo exigem perícias, principalmente psiquiátrica e digital, explicou.

“Espero que o Departamento de Justiça tome uma decisão rápida sobre este ponto, para que saibamos o mais rápido possível se tem a intenção de buscar a pena capital e qual orçamento alocar”, continuou o juiz Schroeder.

Um promotor federal respondeu que a decisão seria tomada pelo procurador-geral Merrick Garland “após um processo rigoroso, justo e rápido”.

No dia anterior, Garland havia deixado a porta aberta para essa opção, especificando que consultaria “as famílias das vítimas” antes de decidir.

Biden, no entanto, prometeu durante sua campanha trabalhar para abolir a pena de morte em nível federal, e seu procurador-geral colocou uma moratória nas execuções federais logo após a eleição.

Gendron também está sendo processado por “terrorismo doméstico” e “homicídio” na justiça do estado de Nova York, que aboliu a pena de morte em 2004.

Em 14 de maio, após meses de preparativos, o jovem foi a um supermercado armado com um fuzil semiautomático e carregando uma câmera, com a qual filmou suas ações e transmitiu tudo ao vivo pela internet.

No estacionamento e dentro da loja, ele atirou contra clientes e funcionários, matando 10 pessoas e ferindo outras três, quase todas negras.

Sua motivação “era impedir que os negros substituíssem os brancos (…) e inspirar ataques semelhantes”, segundo a acusação federal, que se refere a uma teoria da conspiração em voga entre os supremacistas brancos.

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