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Justiça brasileira ordena prisão preventiva da guru Kat Torres por promover trabalho análogo à escravidão nos Estados Unidos

AGÊNCIA GLOBO – O caso de Kat ficou conhecido depois que as famílias das jovens Letícia e Desirrê denunciaram que as garotas teriam desaparecido após terem se envolvido com Torres, e que estariam sendo vítimas de um possível esquema de tráfico internacional de pessoas. Não se sabe se manipuladas ou não pela mentora, as duas passaram a negar todas as acusações nas redes sociais após a divulgação feita, dizendo que estavam bem e ordenando que parentes e amigos parassem de procurá-las imediatamente.

Katiuscia publicava vídeos onde Letícia aparecia visivelmente drogada, como um onde a garota corre sem direção por um hotel, levanta a saia em um chafariz e depois fica no chão, sem condições de ficar de pé. A gravação foi o estopim para que a família ficasse preocupada. Desirrê, por sua vez, aparecia em vídeos sem nexo; em um deles, convida Vladimir Putin para conversar sobre a guerra na Ucrânia.

A história ganhou novos contornos, inclusive, quando Letícia, em um vídeo publicado, fez graves acusações contra o próprio pai, dizendo que ele teria abusado dela e dos irmãos na infância, o que foi negado pela família inteira, mas rendeu um inquérito em Minas Gerais. Em seguida, passaram a atacar a modelo brasileira Yasmin Brunet, que estava tentando ajudar a localizar Letícia nas redes, com ameaças e falsas acusações de que ela estaria promovendo tráfico de pessoas. Brunet, então, registrou o ocorrência na Polícia Civil de São Paulo por injúria, difamação e ameaça.

Katiuscia Torres tem 34 anos e, por muito tempo, mentiu ter 5 anos a menos. Seus primeiros minutos de fama aconteceram quando apareceu em fotos numa balada de Los Angeles ao lado do ator Leonardo DiCaprio. Na época, chegou a dar entrevistas como affair do futuro vencedor do Oscar, mas depois acabou desmentindo. Em seguida, acumularia milhões de seguidores nas redes ao criar memes com fotos próprias, onde reagia com diferentes expressões a problemas cotidianos: o “Coisas de Kat”.

Em 2017, lançou o livro “A Voz”, de autoajuda, que diz ter sido narrado por uma voz em sua cabeça. Em entrevista ao programa de Amaury Jr., onde falou sobre sua obra, ela contou que, àquela altura, já atuava como “médium” de uma seita que trabalha por meio do uso do chá de Ayahuasca – de efeitos psicodélicos, semelhantes ao do chá de Santo Daime. Ela disse que não recomendava aos seguidores, mas que usava “frequentemente”. No site onde oferece seus serviços de bruxaria, ela promete atrair marido, promover sucesso financeiro e profissional, entre outras coisas, por meio de técnicas como hipnose.

Nenhuma defesa de Katiuscia Torres foi localizada para comentar sobre as investigações e a decisão da Justiça Federal. Questionada sobre uma possível extradição da brasileira, a Polícia Federal ainda não respondeu à reportagem até a publicação desta matéria.

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