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Bolsonaro dá entrada em pedido de visto de 6 meses para ficar nos Estado Unidos

AFP – O ex-presidente Jair Bolsonaro, cujos apoiadores invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro, deu entrada em um pedido de visto de seis meses para permanecer nos Estados Unidos, informou uma firma especializada nesta segunda-feira (30).

Bolsonaro viajou para a Flórida no final de dezembro, dois dias antes do fim de seu mandato presidencial, e não participou da cerimônia de posse de seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva.

Acredita-se que o ex-presidente entrou nos Estados Unidos com um visto A-1, reservado para representantes de países estrangeiros, que perderia a validade na terça-feira.

A AG Immigration, uma firma californiana conhecida por trabalhar com brasileiros e que está encarregada da solicitação de Bolsonaro, confirmou que o ex-presidente deu entrada em um pedido de visto de seis meses para permanecer em solo americano.

“Estamos ansiosos para alcançar o mais alto nível de satisfação e resultados desejados para o nosso cliente”, afirmou a firma em comunicado enviado à AFP.

Bolsonaro havia dito à CNN Brasil que planejava voltar ao país até o fim de janeiro e chegou a cogitar antecipar a viagem de volta por motivos de saúde.

Desde então, Bolsonaro está sob escrutínio por seu envolvimento nas invasões e na depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, realizadas por seus apoiadores, que se recusaram a aceitar a vitória de Lula e teriam sido incentivados pelo ex-presidente.

A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes incluiu Bolsonaro no inquérito que apura a violência de 8 de janeiro.

O último ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, também encontrava-se de férias nos Estados Unidos durante os tumultos de Brasília e foi preso ao voltar ao país.

– Democratas querem expulsão –

O Departamento de Estado americano não comentou de imediato o pedido de Bolsonaro. Os registros de vistos são confidenciais sob a lei dos Estados Unidos.

Vários legisladores do Partido Democrata de Biden pediram publicamente ao governo que mandasse Bolsonaro de volta ao Brasil, afirmando que o ex-presidente não tinha mais o direito de permanecer nos Estados Unidos como chefe de Estado em visita oficial.

“Os Estados Unidos não devem fornecer abrigo para ele, ou qualquer autoritário que tenha inspirado tal violência contra as instituições democráticas”, afirmou uma carta assinada por legisladores, incluindo o deputado Gregory Meeks, o principal democrata no Comitê de Relações Exteriores da Câmara, e Joaquin Castro, um proeminente democrata progressista.

Bolsonaro era um dos aliados internacionais mais próximos do ex-presidente americano Donald Trump.

Os atos violentos de Brasília mimetizaram a insurreição de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio dos Estados Unidos por apoiadores de Trump que não aceitaram sua derrota nas eleições para o presidente Joe Biden.

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