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SOS da Vida – O reflexo do nosso humor nos nossos filhos

Eliana Pereira Ignacio – Olá, meus caros leitores, hoje trago um assunto de suma importância aos pais, prestar atenção em seus comportamentos pois eles refletem nos filhos. É indiscutível que o estado de espírito, enquanto pais, afeta grandemente o estado de espírito dos nossos filhos.

Desde muito pequeninos as crianças sentem este reflexo e mostram aos pais e muitas vezes os pais não reconhecem; pois estão fixados nas suas ansiedades, preocupações e não entendem a ansiedade das crianças. Constantemente, pais irritados revelam falta de autocontrole no que diz respeito às emoções. A estratégia cabível, que se deve tentar adoptar é treinar a tomada de consciência destas situações e conseguir evitá-las, ou seja, treinar o autocontrole.

Ao se descontrolar, invariavelmente irá ver o reflexo deste descontrole na mudança de humor de seu filho. A dificuldade de um adulto gerir as suas emoções, gera um efeito negativo no desenvolvimento cognitivo e emocional dos filhos. Um exemplo muito comum em todas as casas com crianças são os gritos.

Independentemente da causa, gritar transmite violência e tem um efeito negativo nas crianças. Até aos 3 anos são mais vulneráveis a este tipo de emoções, o que não quer dizer que a partir dessa idade lhes seja indiferente. Quando mais velhos as crianças ficam muito afetadas e a primeira reação como defesa é tapar os ouvidos e pedir que pare de gritar, afirmando que isto assusta.

De forma global, quando os pais perdem o controle e os filhos se sentem afetados pelo seu comportamento, tendem a culpabilizar-se, a sentir-se responsáveis pelo acontecimento que o causou. E não há nada pior do que uma criança a sentir-se responsável pela falta de controle emocional de um adulto. Mais uma vez, os pais vão ter que lidar com o reflexo do nosso humor dos filhos.

Muitas vezes os pais agem de forma impulsiva e pouco controlada e transmite um grau de insegurança enorme aos seus filhos. As crianças crescem nesse registro e isso vai gerar angústia, stress e afetar de forma significativa a formação da sua personalidade.

Dentro de algum tempo teremos uma criança insegura, com poucas capacidades de sociabilização, instável perante as responsabilidades e em fim de linha com problemas de aprendizagem. Os adultos mais próximos são normalmente as figuras que as crianças assumem como exemplo, os pais são os que surgem claramente em primeiro lugar. De forma inconsciente, as crianças imitam os comportamentos dos pais.

As crianças entendem os comportamentos dos pais seja como certos, positivos ou negativos. Não há numa criança a habilidade de selecionar quais os comportamentos que são bons para imitar e quais os que são para descartar.

Se uma criança se habitua a ter pais “rabugentos” o mais natural é que assume que “ser rabugento” é um modo de vida, se uma criança cresce com pais que gritam, para ela será natural gritar. Crianças com este perfil, vão facilmente transformar-se em crianças conflituosas, com dificuldade de reagir perante as adversidades, negativas, ansiosas e inseguras. Para além da vida familiar, isso irá refletir-se na escola.

A capacidade de concentração e de aprendizagem decai se a criança não se sentir capaz de lidar com os desafios que lhe vão surgir no dia a dia. No momento em que a escola se tornar em mais uma fonte de ansiedade, seja porque não se consegue concentrar, porque tem dificuldade em sociabilizar ou porque se sente incapaz de cumprir as tarefas que lhe são propostas, a criança perde a capacidade de tirar proveito do que poderia aprender. A melhor ferramenta que se pode dar ao seu filho é estar próximo e seguro para auxiliá-lo. Para que se sinta, amado cuidado e sinta-se capaz com autoestima.

Confiança e Segurança Esta é a maneira de criar e educar um filho com competências de autoconfiança desenvolvidas. Não há receitas nesta matéria. Há dias em que se consegue outros não e ainda aqueles em que simplesmente não tem essa capacidade nem de manter o autocontrole.

E está tudo bem, porque perder o controle também faz parte. Importante mesmo, é ter essa consciência do que precisa ser mudado, ser tratado e fazer tudo por trabalhar em você aquilo que quer refletir em seus filhos.

Instrui a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele. Provérbios 22.6


Eliana Pereira Ignacio é psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualificações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jornaldossportsusa.com

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