Editorial

Editorial 1427 – O que falta é vergonha na cara

Jehozadak Pereira

Nada parece abalar o Brasil, cujos políticos parecem dormir em berço esplêndido sem ligar para o que acontece intramuros das casas legislativas, executivas e porque não dizer também das judiciárias? A crise sanitária pela qual passa o mundo e em especial o país, salta aos olhos a inépcia presidencial, que do alto do seu negacionismo, para não dizer cinismo beiram as raias da insanidade total.

Quem vai dizer a estes vigaristas que roubaram, espoliaram e fizeram toda série de maus feitos que não deve ser assim? Fala-se muito no Brasil que os ministros do Supremo Tribunal Federal devem a vassalagem a quem os colocou lá. É bem possível que assim seja em alguns casos e não seria de causar espanto algum, pois tudo pelo país, principalmente na esfera do poder é um toma lá, dá cá imenso e infindável.

A classe política brasileira é desde sempre desacreditada e é tida por corrupta e repleta de homens que enriqueceram às custas dos cofres públicos. Basta ver os sinais exteriores de riqueza que muitos homens públicos ostentam sem o menor pudor. Porém, nos últimos tempos o que se viu na cena política brasileira foi um acinte a qualquer inteligência ou moralidade. Rouba-se como nunca e aí de quem ousar denunciar a roubalheira.

Inclusive o primogênito da prole presidencial, que tem predileção por comprar imóveis e pagar contas em dinheiro vivo. Para não ficarmos somente num exemplo, basta ver o julgamento da Operação Lava Jato que pelos indícios está comprometido de cabo a rabo, e periga que todos os indiciados e culpados saiam ilesos ao fim de tudo, por causa de maus feitos pela força tarefa encarregada de cumprir a lei.

Não será surpresa alguma ver num futuro bem próximo os seus envolvidos desfilarem suas caras de pau sem o menor constrangimento. Foram julgados, condenados e apelaram – o que é direito deles – e sabe-se-lá porque alguns fizeram de conta que cumpriram suas penas, e os já julgados e condenados a exemplo do Petrolão e de outros escândalos anteriores.

Elegeu-se um presidente que prometeu que com ele seria tudo diferente. Não tem sido não, pois contraria-lo por qualquer motivo que for é motivo de ameaças, agressões verbais e uma constante pregação pedindo a volta da ditadura e o fechamento de algumas instituições, entre elas o Supremo Tribunal Federal (STF).

E a saúde pública que nesta semana tem mais um novo ministro, já que os anteriores se limitaram a cumprir ordens presidenciais e quem se insurgiu ganhou o caminho da rua? E a qualidade do ensino? E a carga tributária? E outras questões importantes como tem sido tocadas? A sociedade brasileira é tão ávida por moralidade pública, que basta aparecer alguém como Joaquim Barbosa para que fosse tido como a salvação da lavoura como um dia foi Fernando Collor de Mello que foi eleito e com sua quadrilha a tiracolo assaltou o Brasil sem dó e nem piedade.

Se bem que não se pode nem de perto e nem de longe comparar Barbosa com Collor que seria superado em escândalos e roubalheira pela quadrilha que ora habita os palácios governamentais, tendo entre eles o período e governo do PSDB que como também se sabe não tem nenhum santo nas suas hostes. Tempos atrás o escolhido foi o ex-juiz Sérgio Moro, vetusto, severo, enigmático e que faz justiça apesar dos pesares.

Pois foi com Moro, um juiz de primeira instância que os políticos aprenderam que há sim lei no Brasil, pois ele não deixava barato quando tinha ao alcance das mãos um corrupto para julgar. Só que Sergio Moro caiu em desgraça com a manipulação da justiça e nem deve botar a cara para qualquer cargo eletivo.

Este atual governo que é uma quadrilha que substituiu outro bando de ladrões tenta fazer de tudo para sufocar a Operação Lava Jato e as investigações que pairam sobre a cabeça do 01. Justo ele, político obscuro e provinciano que gosta de rachadinhas, laranjas e chocolates. Será que o papai resolve? A pandemia está absolutamente fora de controle e há uma inação federal para combatê-la sem que isto lhes queime a cara de vergonha.

Esta gente não tem medo, pudor ou timidez para fazer o que acham que tem de ser feito, pois são cínicos e dissimulados o tempo todo, muito menos mostram arrependimento, nem de perto e nem de longe, pois o que lhes falta é vergonha na cara…

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