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Sports Total: Brasa e Tremendão

Brasa nasceu em Campina Grande, na Paraíba, na adolescência, sua família mudou para Governador Valadares. Craque de bola, apaixonado pelo Botafogo e fanático pela Jovem Guarda, especialmente por Roberto Carlos, desde cedo descobriu que era bom de bola e que sua voz era idêntica ao do ídolo, os amigos não perdoaram e o apelidaram de Brasa.

Tremendão nasceu e foi criado na cidade do Rio de Janeiro, na adolescência, sua família mudou para Juiz de Fora. Craque de bola, apaixonado pelo Botafogo e louco pela Jovem Guarda, especialmente, pelas calças “Calhambeque”, uniforme oficial de Erasmo Carlos, o parceiro de Roberto Carlos. Os amigos não perdoaram e o apelidaram de Tremendão.

O destino não poderia deixar de unir esses dois caras, e o encontro aconteceu na cidade de Juiz de Fora, quando se conheceram no primeiro treino, no time de juvenis do Tupi de Juiz de Fora, em 1968. Naquele ano, o Tupi, não fazia ideia, de que estava montando uma maquina de jogar futebol.

Brasa era meia-esquerda, o famoso camisa 10 e Tremendão era o camisa 9, um centroavante, de grande habilidade, que sempre voltava para buscar jogo. Quando a bola rolou no primeiro treino, foi “entendimento ao primeiro passe”. A dupla caiu como uma luva no esquema do treinador Sergio “Barriga“.

O nome da dupla era uma festa para a torcida e para a imprensa, Brasa e Tremendão. No campeonato mineiro, de juvenis em 1968, em 20 jogos o Tupi venceu 17, empatou 2, perdeu apenas 1 e marcou 56 gols, media de 2,8 gols por partida, sendo que a dupla Brasa/Tremendão, foi responsável por 32 gols dos 56 gols marcados.

Brasa marcou 16 vezes e Tremendão balançou as redes 16 vezes, também. A fama daqueles meninos corria chão por toda Minas Gerais. Se houvesse Internet, naquela época, a fama correria o mundo. O grande momento da dupla, aconteceu na última rodada do campeonato mineiro, quando o Tupi enfrentou o Cruzeiro, na preliminar dos profissionais de Atletico x Cruzeiro.

A pequena torcida do Tupi, foi engrossada pela massa atleticana, em um Mineirão lotado. Aquilo era tudo que Brasa e Tremendão precisavam, um grande publico. Os meninos do Tupi passeavam pelo Mineirão e iam vencendo o Cruzeiro por 2×0, com 1 gol de Brasa e outro de Tremendão, quase no final da partida Brasa matou a bola no peito e sem deixar cair, tocou para Tremendão que devolveu e sem deixar a bola tocar no chão, saíram do campo do Tupi até a área do Cruzeiro. Dentro da área Brasa deu um toque um pouco mais forte e se colocou na marca do pênalti, sozinho, esperando a devolução para marcar o gol, porem, Tremendão sem ângulo, tocou de bicicleta para o gol encobrindo o goleiro e a trave do Cruzeiro.

Brasa partiu pra cima de Tremendão esbravejando e nervoso, quando chegou perto, Tremendão abriu um enorme sorriso e abraçou o Brasa dizendo “Pô bicho, se entra a gente ganha uma estatua no Mineirão” selando definitivamente uma amizade eterna, tal qual a amizade de Roberto e Erasmo Carlos.

No inicio de 1969, a dupla foi desfeita. Tremendão que tinha uma vida dupla, era militante contra o regime militar vigente na época, com a publicação do AI 5, viu a repressão aumentar e teve que abandonar o Brasil, se exilando primeiro no Chile. Com a implantação da ditadura no Chile em 1973, se exilou em Cuba.

Brasa em solidariedade ao amigo, abandonou o futebol e se dedicou a musica, vindo a ser o maior “cover” de Roberto Carlos, nos Estados Unidos.

O destino, novamente, os colocou frente a frente em 1991, na cidade de Somerville, quando se encontraram casualmente e continuam a linda amizade até hoje.

Parabéns Brasa, pelos 73 anos de vida, comemorado em 13 de Janeiro e, parabéns Tremendão, pelos 73 anos de vida, comemorado em 8 de março.

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