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Câmara dos EUA aprova investigação sobre suposto aparelhamento no governo Biden

FOLHAPRESS – Com maioria republicana desde a posse do novo Legislativo, na semana passada, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou o início de uma investigação sobre suposto aparelhamento em agências federais no governo do presidente democrata, Joe Biden.

A chamada Subcomissão Selecionada para Instrumentalização do Governo Federal foi aprovada nesta terça-feira (10) por 221 votos a 211 –todos os democratas da Casa votaram de forma contrária ao projeto. O grupo será presidido pelo deputado republicano Jim Jordan, aliado do ex-presidente Donald Trump.

O comitê terá a função de investigar supostas interferências do governo Biden em agências federais de segurança, além do uso político do Departamento de Justiça. Parlamentares do Partido Republicano alegam que a equipe do atual presidente tem agido em todas “as esferas do poder” para punir e silenciar agentes de viés conservador.

Em discurso no plenário, Jordan disse que o objetivo do grupo não é atingir democratas ou policiais que investigam Trump, mas defender a Constituição num momento em que, segundo ele, o direito dos americanos tem sido violado com “decisões injustas”. “Não queremos ir atrás de ninguém”, afirmou.

Em agosto do ano passado, agentes do FBI, a polícia federal americana, fizeram uma operação para recuperar documentos confidenciais retirados da Casa Branca em uma casa de Trump no resort Mar-a-Lago, na Flórida. O republicano reagiu dizendo que a ação, sem precedentes na história recente dos EUA contra um ex-presidente do país, teve motivação política.

Em outra frente, autoridades investigam o envolvimento de Trump nos eventos que levaram ao ataque de 6 de janeiro contra o Capitólio. Como parte da investigação, o Departamento de Justiça passou a ouvir pessoas próximas ao republicano como testemunhas.

Nos últimos dias, aliados de Trump aumentaram as cobranças pelo início de investigações também contra Biden. Na segunda (9), advogados do democrata anunciaram a descoberta de documentos confidenciais do período em que o atual presidente foi vice de Barack Obama (2009-2017) em um escritório particular, em Washington.

O anúncio sobre os arquivos de Biden desencadeou comparações com o caso Trump, e a Casa Branca passou a defender que os contextos são diferentes –a descoberta dos documentos que pertenceriam ao democrata não se deveu a nenhuma solicitação anterior e não houve qualquer resistência para recuperar os documentos confidenciais, diferentemente do que ocorreu com o ex-presidente.

Segundo o americano The New York Times, o comitê criado nesta terça terá autoridade para obter alguns dos segredos mais sensíveis do governo, incluindo informações sobre ações secretas que geralmente são tema exclusivo das comissões de inteligência do Congresso.

O projeto foi um dos primeiros aprovados sob a liderança do deputado republicano da Califórnia Kevin McCarthy, 57, na Câmara. Ele foi eleito presidente da Casa na madrugada de sábado (7), após impasse que não era visto há 164 anos. Antes da votação, a Casa Branca se manifestou repudiando o texto.

“Os republicanos da Câmara continuam a se concentrar em lançar golpes políticos partidários conduzidos pelos membros mais extremistas do MAGA [sigla para ‘faça a América grande de novo’, slogan usado por Trump] , em vez de se juntar ao presidente para enfrentar as questões que mais preocupam o povo americano, como a inflação”, disse o porta-voz da Casa Branca, Ian Sams.

Os republicanos conquistaram a maioria na Câmara nas eleições de novembro. Com a nova configuração, o presidente Biden terá mais dificuldade em aprovar projetos caros a sua agenda, como pacotes de combate à crise do clima e controle do acesso a armas.

Outras comissões de investigação contra o governo federal, à semelhança da que apura a invasão do Capitólio na Câmara, podem ser abertas. Especula-se que as possíveis novas apurações mirem o processo caótico de retirada das tropas americanas do Afeganistão e negócios suspeitos de Hunter Biden, filho do presidente.

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