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Ficou para depois: Megaoperação de Trump para prender 2 mil imigrante pegou só 35

REUTERS – Trinta e cinco pessoas foram detidas durante ação do governo americano que tinha por alvo cerca de 2.000 imigrantes sem documentos sob ordens de deportação, afirmou nesta terça (23) o chefe do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE).

Donald Trump descreveu a ação do fim de semana de 13 de julho, apelidada de “Operação Border Resolve”, como “muito bem-sucedida”, apesar de grande parte da atividade não ter sido visível para o público.

A operação estava originalmente programada para junho em uma dúzia de grandes cidades dos EUA e foi amplamente divulgada, o que provavelmente contribuiu para a baixa taxa de prisões, segundo o diretor interino do ICE, Matthew Albence. Ele descreveu a operação como direcionada a indivíduos específicos que estavam violando a lei, e não como ataques. “Eu garanto que, se estivéssemos fazendo ataques e tivéssemos policiais correndo por toda parte pegando alvos indiscriminadamente, você teria vídeos por todo o YouTube”, disse.

Quando a notícia da operação do ICE se espalhou, grupos de direitos de imigração circularam materiais do tipo “conheça os seus direitos” em comunidades de imigrantes. Ativistas aconselharam as pessoas a não atenderem a porta para agentes sem mandado.

Albence disse que algumas operações foram canceladas porque seus policiais estavam “sob vigilância”.

Trump sinalizou a operação em uma rede social em junho, dizendo que as autoridades logo “iniciariam o processo de remoção dos milhões de imigrantes ilegais que conseguiram entrar ilegalmente nos Estados Unidos”.

Albence culpou a cobertura da mídia em geral e disse que as operações anteriores foram mais bem-sucedidas em parte porque foram realizadas com menos atenção.

Também disse que mais de 3.000 empresas foram notificadas pelo ICE de que serão auditadas e poderão enfrentar acusações criminais decorrentes do emprego de imigrantes sem documentos.

Concorrendo à reeleição no ano que vem, Trump quer mostrar aos seus partidários que está cumprindo as promessas de campanha para reprimir a imigração ilegal, um objetivo político de sua administração.

Ele forçou Guatemala, México e outros países da região a atuar como “zonas de amortecimento” e aceitar requerentes de asilo que de outra forma iriam para os Estados Unidos.

Trump escreveu em uma rede social nesta terça que está considerando uma “proibição” e a adoção de tarifas depois que a Guatemala decidiu não avançar com um acordo que teria exigido que o país aceitasse mais pedidos de asilo de imigrantes que atravessam seu território em direção aos EUA.

Não ficou claro a que políticas Trump se referia. A Casa Branca e o governo guatemalteco não responderam a pedidos de comentários.

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