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Jesus o pão da vida

Por : José Soares Leite – Deus logo que criou o homem vinculou a existência de sua vida terrena ao alimento do pão, que só Ele mesmo pode suprir. Para atender a necessidade alimentar do homem físico, Deus formou um pomar no Jardim do Éden para que ele se alimentasse e continuasse vivendo (Gn 3.7-9). Assim como Deus proveu esse vínculo material para que o homem natural continue vivendo ­ fisicamente, de igual modo, para que o homem viva espiritualmente, ele necessitava comer do pão da vida, que é Jesus, para não morrer espiritual e eternamente.

Em João 6.51 Jesus disse: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu, se alguém comer desse pão, viverá para sempre, e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo”. Como entender esse elo simbólica do pão terreno, com a pessoa divina de Cristo, o pão da vida. Na Bíblia está escrito o que Jesus disse: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6.48). Este é o pão que desceu do céu, para que o que dele comer não morra” (Jo 6.50).

Jesus é o pão vivo que desceu do céu, para cumprir sua missão salví­fica, neste mundo, e alimentar a humanidade espiritual com a sua Palavra, como diz João 1.1: “No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. E o verbo se fez carne e habitou entre nós”. Em João 6,54, o próprio Jesus falou “Quem come a minha carne… tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” Dois mil anos antes de Jesus, Deus começou a usar a ­ gura do Pão terreno como símbolo espiritual de Cristo.

Isso se sucedeu a partir do encontro de Abraão com Melquisedeque. Abraão, porque das suas gerações (Abraão Isaque e Jacó) se formaria o povo Hebreu, que se tornaria a nação escolhida de Israel, após Deus libertar seu povo do cativeiro do Egito (Ex 19,4-6). Melquisedeque, era um tipo do Sumo Sacerdote Cristo; em Genesis 14.18, diz assim: “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho e este era sacerdote do Deus Altíssimo. E o abençoou e disse: Bendito seja Abraão do Deus Altíssimo…” (Gn 14,18-19). Neste encontro, o pão aparece para simbolizar que Jesus Cristo está no centro do propósito de Deus para com o povo hebreu, futura nação de Israel. E mostra, também que Jesus Cristo, está no propósito de Deus para com o seu povo futuro, os cristãos. O propósito de Deus usar a simbologia do pão para referir-se a Cristo, começa logo que o povo sai do Egito, quando Deus proveu o pão para eles, enviando o maná do céu para alimentar os israelitas durante os 40 anos da sua caminhada pelo deserto. Através dessa providência divina, os israelitas saberiam que Deus não os abandonaria, mostrando que sua presença providencial estava no meio deles, durante a árdua jornada rumo a terra prometida. Deus os fez entenderem: “que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do Senhor” (Dt 8.3). I. OS PÃES DA PROPOSIÇÃO Para que Deus manifestasse sua presença no meio do seu povo, mandou edi­ficar o Tabernáculo. E dentre os objetos que simbolizava Cristo, estava os pães da proposição.

  1. A mesa dos pães. Dentro do Tabernáculo estava a Tenda da Congregação, Deus ordenou a fabricação de uma mesa especial revestida de ouro. A madeira de acácia, por ser medicinal, evitava fungos e parasitas que poderiam contaminar os pães da proposição. Quanto aos pães, deveriam estes ser preparados de acordo com uma receita bastante específica.
  2. Os pães da proposição: os pães da proposição ­ ficavam em frente ao candelabro de ouro, que iluminava durante toda a noite. A simbologia é claramente cristológica: a luz do Evangelho mostra que Jesus, simbolizado por aqueles pães é o único que pode saciar o pecador faminto plenamente. Os pães da proposição eram preparados todos os sábados pelos coatitas (1Cr 9.32). Em sua composição, usava-se a flor da farinha de trigo (Lv 24.5). Ou seja, a parte mais ­ na e nobre deste produto. Depois de cozidos, eram postos em duas ­ leiras sobre a mesa, sendo entremeados por incenso (Lv 24.6,7). Os doze pães representavam cada um as doze tribos de Israel.

Os pães da proposição simbolizavam a presença sempre providencial de Deus no meio de seu povo (Jr 32.38). Desta forma, os israelitas deveriam saber que o homem não vive só de pão, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus (Mt 4.4). Quanto ao pão estar acompanhado de incenso, signi­fica isso que a presença do Senhor sempre vem acompanhada pelas orações dos santos (Ap 5.8; 8.3,4).

Os pães da proposição, ou da presença, representam ainda a Palavra de Deus, que, através do Evangelho, alimenta o mundo faminto (Jo 1.1). II. A PALAVRA DE DEUS, O PÃO DA VIDA O povo de Israel, desde o início de sua história, sempre teve uma convivência cerimonial e tipológica com o pão Quer no Tabernáculo quer fora do tabernáculo, o pão sempre simbolizou a presença de Deus entre o seu povo.


José Soares Leite é pastor e Bacharel em Teologia, professor de ensino sistemático de estudos Bíblicos como Professor de Escola Dominical e Faculdade de ensino Teológco em Boston.

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