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SOS da vida – Falando de humildade

Olá, meus caros leitores, após uma mini serie sobre vencendo a si mesmo hoje podemos falar sobre humildade e qual seria a melhor definição para humildade? Humildade é a qualidade de quem age com simplicidade, uma característica das pessoas que sabem assumir as suas responsabilidades, sem arrogância, prepotência ou soberba. Humildade é termo que descreve diversas posturas diante da vida, que variam desde uma baixa autoestima até um disfarce para a arrogância. Humildade é a verdadeira simplicidade de coração ao qual é necessário grande sabedoria.

Por vezes o verdadeiro humilde, nem sabe que é. Ele não busca esse reconhecimento. A vida já testou em diversas circunstâncias e não há resquícios enrustidos em si. A humildade tem sido, ao longo do tempo, um conceito pouco compreendido e muitas vezes associado a um significado de fraqueza, subserviência, pobreza ou a uma aparência descuidada e despojada. No entanto, se formos à origem etimológica da palavra humildade, vamos descobrir que ela é derivada no latim, de “humus” que designa terra. A palavra homem, derivada do latim “homo”, curiosamente também tem a sua origem no termo “humus”.

Assim sendo, a humildade pode ser entendida como um pro cesso psicológico a partir do qual o indivíduo se relaciona consigo e com os outros de forma realista, mantendo “os pés assentes na terra” e reconhecendo as suas limitações e fragilidades, na medida em que fazem parte da sua verdade e da sua natureza.

Esta capacidade de aceitação e de tolerância dos aspectos mais vulneráveis e dolorosos da nossa personalidade, sem os afastarmos por recurso à repressão, dissociação ou projeção, implica a existência de algum grau de maturidade psicológica que também nos vai permitir estabelecer relações interpessoais sustentadas sobretudo na compreensão em vez de ser no julgamento e na crítica. A tranquilidade que a humildade proporciona ao assegurar o indivíduo da sua identidade, na qual estão integradas as suas forças e as suas limitações, incrementa definitivamente a qualidade dos seus relacionamentos.

O indivíduo com humildade consegue aceitar que, em certos momentos da sua vida, necessita de ser cuidado e é capaz solicitar e de receber esse cuidado por parte do outro sem se sentir rebaixado e humilhado. Em contrapartida, as pessoas que durante o seu processo de crescimento vivenciaram situações de carência de dependência em que se sentiram humilhadas e desconsideradas, poderão ter mais dificuldade em aceitar o receber do outro na medida que a sua autoestima está sustentada na capacidade de completa autossuficiência e de independência.

E é aqui que humildade e humilhação se confundem, impedindo o processo de troca, fundamental à vida, através do dar e receber. Transformar humilhação em humildade é o caminho que permite resgatar o prazer não só de dar, mas também de receber, enriquecendo as trocas humanas e permitindo o acesso a um sentimento essencial: a gratidão.

Gratidão, não só por estas trocas relacionais que nos permitem sair de uma posição de “orgulhosamente sós” para uma vivência de colaboração, solidariedade e afetos, mas também por tudo aquilo que a vida nos pode proporcionar em termos de prazer e de aprendizagem. Na humildade está inerente a consciência da limitação do nosso saber e a disponibilidade permanente para aprender, com todas as pessoas, independentemente do seu grau de instrução, idade, profissão ou extrato social, respeitando diferentes pontos de vista.

Em suma, na humildade existe a consciência da finitude e de como tudo é efémero e transitório, pelo que as conquistas e os sucessos não passam de situações momentâneas e as condições de superioridade instrução, conhecimento, estado social não devem ser usadas com arrogância para rebaixar o outro ou para gerar uma atitude de auto engrandecimento.

Pessoas que se classificam pretensiosamente humildes através de manifestações anti-beleza/sucesso/dinheiro não são genuína mente humildes porque aquilo que verdadeiramente as move e sustenta é uma necessidade de enaltecimento ou um desejo de superioridade.

Quem quer mostrar que é humilde não é realmente humilde. Quando é genuína, a humildade pode estar presente em qual quer contexto ou condição de vida, não é exclusiva de nenhum extrato socioeconômico e acima de tudo é uma expressão de maturidade psicológica e saúde mental.

“Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado”. Lucas 14:11;


Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualifi cações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jsnewsusa.com

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