Brasil

Atiradores invadem escola e matam alunos e funcionários em Suzano, São Paulo

Cinco adolescentes e três adultos morreram em decorrência do ataque a tiros em Suzano, cidade na região metropolitana de São Paulo, na manhã da quarta-feira, 13. Os atiradores Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, primeiro passaram por uma revendedora de carros usados de um tio de Guilherme, Jorge Antonio de Moraes, a primeira vítima da dupla.

Em seguida, eles se dirigiram à Escola Estadual Raul Brasil, onde abriam fogo, vitimando cinco alunos, a coordenadora pedagógica e a inspetora da instituição de ensino. Depois, segundo a polícia, Guilherme atirou em Castro e depois se matou – a dupla tinha apenas um revólver, calibre 38, que estava com Guilherme. Outras onze pessoas ficaram feridas. Os atiradores pretendiam matar mais pessoas do que as 13 vítimas fatais do massacre de Columbine, ocorrido em 1999 nos Estados Unidos.

Os indícios que levam a investigação a crer que a chacina foi premeditada, foram as buscas na internet feitas pelos assassinos sobre como foram cometidos outros atentados a escolas nos Estados Unidos. A polícia investiga a possibilidade de a dupla de assassinos ter frequentado um fórum intitulado Dogolachan na Deep Web, uma internet considerada obscura na qual pessoas anônimas incitam crimes de ódio e intolerância.

“Muito obrigado pelos conselhos e orientações… esperamos não cometer esse ato em vão”, teria escrito um dos assassinos dois dias antes do massacre em Suzano. Um dos amigos dos criminosos foi ouvido pela polícia na noite de quarta e contou que soube da intenção da dupla em fazer o atentado. Só não sabia quando seria. Os investigadores já ouviram 20 pessoas no total, entre pessoas próximas aos assassinos e vítimas deles.

Para investigadores, Guilherme e Luiz também foram influenciados por games de tiros. No carro dos criminosos, foram encontrados dois cadernos que tinham anotações com táticas de jogo. Num deles, há o desenho de uma arma. Guilherme chegou a postar fotos ameaçadoras na internet momentos antes do crime. Ele aparece armado e com uma máscara de caveira numa das imagens.

Além de terem suspeitas de que Guilherme e Luiz planejaram o crime há mais de um ano, os policiais acreditam ter elementos para descobrir outras peças desse quebra-cabeça para ajudar a entender a motivação do crime. Computadores foram apreendidos na lan house onde os amigos assassinos costumavam jogar videogame.

Investigadores também já sabem que os dois fi zeram pesquisas sobre atentados em escolas nos Estados Unidos. Pretendiam, por exemplo, fazer um ataque maior do que o massacre de Columbine, em Littleton, no estado do Colorado, em 1999, quando Eric Harris, de 18, e Dylan Klebold, 17, mataram a tiros 12 colegas e um professora antes de se suicidarem na escola. Outras 24 pessoas ficaram feridas.

PESSOAS QUE MORRERAM NO MASSACRE DE SUZANO

ESTUDANTES

Caio Oliveira, 15 anos O aluno da Raul Brasil era conhecido por ser estudioso e tinha muitos amigos.

Douglas Murilo Celestino, 16 anos
O estudante chegou a ser socorrido, mas morreu a caminho do Hospital de Clínicas Luzia Pinho de Melo. Visto pela família como um garoto bondoso e sem malícia.

Samuel Melquiades Silva Oliveira, 16 anos
O aluno era religioso e dizia à família que queria ser artista plástico.

Claiton Antonio Ribeiro, 17 anos
Familiares contam que o estudante era quieto e humilde, sempre preocupado com os pais.

Kaio Lucas da Costa Limeira, 15 anos
O estudante era bastante ativo nas redes sociais – em seus perfis, as publicações sobre futebol e seu time do coração, o Santos, eram frequentes.

FUNCIONÁRIAS DA ESCOLA

Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos A coordenadora pedagógica era conhecida pela comunidade como querida por todos e com forte ligação com os trabalhos da igreja que frequentava.

Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos Inspetora da escola, era querida pelos alunos.

Dono da loja de carros Jorge

Antonio de Moraes, 51 anos O dono da revendedora de carros usados JJV Veículos era conhecido por ser tranquilo e discreto. Era tio de Guilherme Monteiro, um dos atiradores.

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