EBC – O gabinete da Presidência da República será transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, enquanto o presidente Jair Bolsonaro estiver se recuperando da retirada da bolsa de colostomia que o acompanha desde setembro, quando levou uma facada. As informações são do repórter Nilson Klava, da Globo News, que afirma ter conversado com o porta-voz do governo, Otávio Santana do Rêgo Barros.
A cirurgia de retirada da bolsa de colostomia está prevista para próxima segunda (28), quando Bolsonaro retornará do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. A previsão oficial do Planalto é de que o presidente chegue ao Brasil na madrugada desta sexta-feira (25).
A ideia é que Bolsonaro despache de Brasília na própria sexta e vá para São Paulo apenas no domingo, dia anterior à cirurgia. A previsão dos médicos é de que a recuperação dure cerca de dez dias. Seria esse o período no qual o gabinete seria transferido e adaptado para o hospital, que fica na zona Sul de São Paulo.
Se a previsão dos médicos estiver correta, Bolsonaro terá a sua disposição uma estrutura para seguir tocando despachos de seu governo mesmo que em recuperação. Logo depois da cirurgia de Bolsonaro, no dia 1 de fevereiro, os novos deputados e senadores assumirão seus cargos para o mandato legislativo que se inicia, cenário que deve aumentar o trabalho de Bolsonaro e sua equipe.
Em Davos, Bolsonaro vai mostrar que não é ‘Átila, o huno’, diz Mourão
Ao deixar o Palácio do Planalto nesta segunda-feira (21), o presidente em exercício, general Hamilton Mourão, disse que o discurso de Jair Bolsonaro em Davos vai mostrar que ele não é “Átila, o huno”.
“O discurso do presidente vai ser em cima das reformas da área econômica, que querem ser feitas, principalmente a reforma da previdência, e também mostrar que ele não é o Átila, o huno, é mais um brasileiro que nem nós”, disse o vice-presidente.
A referência de Mourão é a um famoso conquistador do século 5 que liderou ataques aos romanos.
Em sua primeira viagem internacional, Bolsonaro fará na terça-feira (22) um discurso na abertura do Fórum Econômico Mundial, evento anual que reúne a elite política e econômica global nos Alpes Suíços.
Na tentativa de se apresentar como um democrata e defensor do livre mercado, o presidente abordará temas como a abertura do mercado brasileiro – que inclui sua intenção de promover uma agenda de reformas e privatizações -, combate à corrupção e democracia.
A fala de Bolsonaro é esperada com curiosidade e preocupação pela comunidade internacional que participa do evento. Durante a campanha eleitoral, ele se tornou mundialmente conhecido por um discurso extremista com declarações polêmicas sobre minorias, além de ter repetido diversas vezes que não entende de economia.
Bolsonaro desembarcou na tarde desta segunda em Davos, acompanhado de cinco ministros, entre eles dois fiadores de seu governo, o ministro Sergio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia).
Ao ser questionado sobre ter conversado com o presidente, Mourão disse “ter recebido um zap” de Bolsonaro que, segundo ele, relatou apenas ter chegado bem à Suíça. Quanto a instruções, o vice afirmou apenas que o mandatário recomendou “prudência e caldo de galinha” no exercício da Presidência.