Brasil

Cabral admite que comprou votos para que Rio fosse sede olímpica

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) admitiu na quinta-feira, 4, que houve compra de votos para a escolha do Rio como sede das Olimpíadas de 2016. Segundo Cabral, 2 milhões de dólares foram pagos a um dirigente da Federação Internacional de Atletismo, que em troca garantiu conseguir até nove votos a favor da capital fluminense no Comitê Olímpico Internacional (COI).

De acordo com o emedebista, o dinheiro saiu de uma “conta” de propinas destinadas a ele e administrada pelo empresário Arthur Soares, o Rei Arthur, que já chegou a ter 3 bilhões de reais em contratos com o governo do Rio na gestão Cabral. “Fui eu que paguei”, disse o emedebista ao juiz Marcelo Bretas, em depoimento em uma ação penal da Operação Lava Jato no Rio.

Preso desde novembro de 2016 e condenado a mais de 200 anos de prisão, ele passou a colaborar com a Justiça nas ações a que responde. Segundo o relato do ex-governador do Rio, ele foi procurado pelo ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) Carlos Arthur Nuzman em agosto de 2009, a dois meses da escolha da sede olímpica.

Nuzman teria lhe dito que o senegalês Lamine Diack, então presidente da Federação Internacional de Atletismo, era uma pessoa “aberta a vantagens indevidas” e se comprometia a garantir “de cinco a seis votos” na primeira votação da fase final da eleição, montante que poderia “garantir” a chegada do Rio à segunda fase. As adversárias eram Chicago, Tóquio e Madri. “O Nuzman me deixava muito apavorado”, disse Cabral sobre a possibilidade de a cidade não vencer a disputa.

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