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Casos de violência doméstica aumentam na comunidade

Jehozadak Pereira

A brasileira Maria Helena que teve seu sobrenome e cidade onde mora não identificado, procurou a reportagem do JS News pedindo ajuda para se livrar da violência doméstica que sofria nas mãos do homem com quem foi casada por seis anos. “No começo eram empurrões, que logo viraram agressões sem medida e com muita violência. Chegou um ponto que eu não aguentava mais e quando eu contei para algumas pessoas o que enfrentava na minha casa, alguns duvidaram da história. As coisas se agravaram quando ele pegou o green card e passou a me tratar ainda pior do que costumava fazer. A minha decisão de buscar ajuda se deu quando ele chegou armado em casa e disse que ia me matar.

Não sei onde ele comprou a pistola e quando a polícia o levou preso, não conseguiram encontrar a arma. Os índices de violência doméstica aumentaram cerca de 300% nos últimos anos, e no mês de maio deste ano não foi registrado um único caso de assassinato. Especialistas no assunto afirmam que o aumento da violência doméstica pode ser em decorrência das dificuldades financeiras enfrentadas no país atualmente. Há de se considerar que o estresse é um dos fatores, mas não o preponderante.

A violência doméstica é endêmica, e é registrada em todas as regiões do estado especificamente, e a violência abrange cerca de 99% dos casos de casais heterossexuais, sendo as mulheres as maiores vítimas e se registra também casos de casais homossexuais. Os casos estão presentes em lares onde as mulheres são casadas com cidadãos americanos, com portadores de green card, ou ainda indocumentados, e neste caso existe a chantagem emocional para que a mulher não relate a violência doméstica. Há também além da violência doméstica, a violência psicológica, que não pode ser detectada e faz tanto mal quanto a violência física.

Muitas mulheres não conseguem das ameaças e da pressão exercida por seus maridos ou companheiros. Os casos de violência doméstica e psicológica são mais comum do que se pensa e muitas mulheres se submetem a maus tratos caladas por medo de sofrer mais ainda, e alimentam a esperança de que os agressores mudarão os seus comportamentos no dia seguinte, quando a tendência é que a situação piore cada vez mais. O número de mulheres e crianças principalmente na comunidade brasileira que são agredidas por maridos e pais é assustador e desconhecem que podem obter ajuda a qualquer hora e em qualquer situação.

Por exemplo, se um ministro de qualquer religião que for, tomar conhecimento de um caso de violência doméstica tem a obrigação e o dever legal de relatar para as autoridades policiais do fato, sob pena de ser processado caso se omita e a situação terminar em morte. Um dos desafios de assistentes sociais, psicólogos e autoridades é detectar agressões morais e psicológicas, pois nem sempre o agressor admite o que faz. Quando os agressores são pegos, dizem que é brincadeira ou tentam dissimular.

Muitas vezes é assim que reagem os agressores morais e psicológicos. São homens que chamam suas mulheres de incapazes, fracassadas, burras, e não se cansam de relacionar na frente dos amigos todas as – más, na sua opinião – qualidades da sua companheira. Alguns chegam ao ponto de dizer do mau desempenho sexual, e qualquer defeito físico é motivo de chacota e piada. Por outro lado são pais que diminuem seus fi lhos mentalmente, subjugando-os em todos os aspectos. Hoje, os tribunais e cortes já reconhecem a violência psicológica como motivo de penalização e punição para os agressores.

No entanto, ajuda pode ser obtida a partir de uma simples ligação telefônica para o número 911, e reportar qualquer tipo de agressão física e psicológica. A obrigação e dever das autoridades é oferecer suporte, ajuda e amparo imediato, independente de status imigratório de quem sofre violência. Maria Helena foi encaminhada para uma entidade que a ajudou a conseguir uma ordem na corte para que seu ex-marido fi que longe dela e também amparo legal e psicológico para seguir adiante com sua vida. “Preciso voltar a viver e a sorrir novamente, coisas das quais fui impedida nos últimos anos”, diz ela.

SERVIÇO

Hot Line – 1877.785-2020 Voices Against Violence 300 Howard Street Framinghan, MA 508.820-0834 Hotlines 508.626-8686 e (800) 593- 1125 MAPS 569 Cambridge Street Allston, MA 617.787-0557

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