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Crise sem rise sem fim na fronteira com o México

O presidente Donald Trump ameaçou na quinta-feira, 18, fechar a fronteira dos Estados Unidos com o México se o país vizinho não impedir o fluxo de imigrantes que chega da América Central. “Além de interromper todos os pagamentos a esses países, que parecem não ter quase nenhum controle sobre sua população, devo pedir ao México que pare com esse avanço e, se não conseguir, vou chamar os militares e FECHAR NOSSA FRONTEIRA SUL”, publicou no Twitter.

Trump ameaçou interromper a ajuda regional a países da América Central porque uma caravana de vários milhares de imigrantes hondurenhos atravessou a Guatemala rumo ao México nesta semana na esperança de cruzar a fronteira EUA-México e fugir da violência e da pobreza endêmicas que atinge seu país. O presidente também enviou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, para conversar com o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, na Cidade do México, na sexta-feira, 19.

Trump, que fez da redução da imigração e da construção de um muro na fronteira com o México uma plataforma central de sua campanha, já havia ameaçado cortar a ajuda e enviar tropas para o local. Em uma série de tuítes publicados nesta quinta-feira, ele também pareceu ligar a questão ao comércio e a um acordo recém- -criado com o México para substituir o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) que aguarda ratificação.

“A agressão ao nosso país em nossa fronteira sul, incluindo os elementos criminosos e as drogas que estão entrando, é muito mais importante para mim, como presidente, do que o comércio ou o USMCA. A esperança é que o México detenha esta agressão em nossa fronteira sul”, escreveu Trump, referindo-se ao pacto comercial mais recente conhecido como Acordo EUA-México-Canadá (USMCA). No sábado, 13, um grupo de mais de 2.000 hondurenhos iniciou uma caminhada em San Pedro Sula, a 180 quilômetros ao norte de Tegucigalpa, até a fronteira com a Guatemala para chegar aos Estados Unidos.

A rota de 2.000 quilômetros está cheia de obstáculos e perigos. A violência de gangues (as maras) na América Central empurra famílias inteiras e, em muitos casos, crianças sozinhas para a perigosa jornada rumo ao país. Em maio passado, uma caravana de mais de uma centena de emigrantes de vários países da região chegou à fronteira sul dos Estados Unidos.

Parte dos centro-americanos conseguiu ingressar. O número de pais imigrantes que entram ilegalmente nos EUA com seus filhos chegou a um recorde nos três meses transcorridos da decisão do presidente Donald Trump de suspender a separação de famílias na fronteira. Segundo o Department of Homeland Security (DHS), foram detidos 16.658 membros de famílias em setembro, maior total mensal já registrado e alta de 80% em relação a julho.

“Estamos recebendo número imenso de pessoas a cada dia”, disse ao Washington Post um agente da patrulha de fronteira no Texas, que falou sob a condição de que seu nome não fosse divulgado. Tendo prometido que deteria a imigração ilegal e construiria um muro na fronteira, Trump agora enfrenta desafios de policiamento cada vez maiores e sem solução à vista. O recorde de prisões e uma nova caravana de imigrantes centro-americanos a caminho da fronteira despertaram a fúria do presidente, disseram assessores da Casa Branca.

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