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Crítica contumaz de Bolsonaro deve ser a enviada dos EUA à posse de Lula

FOLHAPRESS – A Casa Branca deve enviar a secretária do Interior, Deb Haaland, uma crítica contumaz do governo Bolsonaro, para ser a representante do governo americano na posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1º de janeiro.

Havia uma expectativa de que a Casa Branca fosse enviar a vice-presidente Kamala Harris para a cerimônia, como um sinal de prestígio. Os EUA vêm fazendo muitos gestos de aproximação com o novo governo, inclusive com a visita do assessor de segurança nacional, Jake Sullivan, ao presidente eleito no início deste mês.
Mas, segundo fontes diplomáticas, a escalação de Haaland tem forte valor simbólico. Ela é a primeira indígena a ser secretária (equivalente a ministra) nos EUA e tem papel central na implementação da agenda ambiental e climática do presidente Biden.

A deputada americana Debra Haaland (no púlpito) com sua colega Ilhan Omar (de turbante) e as parlamentares brasileiras na Câmara dos Estados Unidos: ‘ameaça às liberdades democráticas no Brasil’ – 26/02/2020

Como deputada da ala mais à esquerda do Partido Democrata, Haaland foi uma das maiores críticas do governo Bolsonaro e liderou diversas resoluções e cartas no Congresso americano pressionando a Casa Branca a não assinar acordos com o líder brasileiro.

Ela participou ou liderou resoluções pedindo que os Estados Unidos cancelassem a designação do Brasil como aliado preferencial extra-Otan, concedida durante o governo Trump, e suspendesse todo o apoio militar americano ao governo brasileiro, “a não ser que o Departamento de Estado se certifique formalmente de que medidas efetivas estejam sendo tomadas para evitar mortes injustificadas promovidas por agentes de segurança brasileiros, para investigar e judicializar mortes de ativistas e para cumprir com normas internacionais de direitos humanos”.

Nas vésperas da visita de Bolsonaro a Trump na Casa Branca, em março de 2019, Haaland publicou no Washington Post um artigo de opinião com a então deputada Joenia Wapichana (Rede-RR) dizendo que Bolsonaro e Trump eram ameaças ao meio ambiente e às terras indígenas.

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