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Crônicas do dia a adia – Palavrão

Quando eu era pequena, achava que palavrão era palavra grande tipo paralelepípedo e otorrinolaringologista. Depois vi que bosta e merda eram palavrões porque toda vez que as dizia, minha Bá falava: -olha a boca suja, menina! Meu irmão Gustavo, era o rei dos palavrões e devo dizer que na boca dele, eles não chocavam.

Os alunos dele gritavam na rua:- ou Gugu! Já esperando a resposta: -Vai tomar no cu! Antes dele morrer, no dia da cidade de passos, 14 de maio, o samba enredo era Gugu … vai tomar no cu! Cantado por toda cidade. Dercy Goncalves falava palavrão pra dedéu e não estava nem aí com os comentários! Eu falo muito caralho e cacete sem perceber. Na minha nova peça, coloquei um brazuca sacaneando a menina que chega pelo México, dizendo que tá ensinando inglês e só ensina palavrões a ela. Durante a leitura, ouve um:- será que o público vai entender? Eu detesto hipocrisia.

Todo mundo fala uma puta que pariu em casa e no teatro não podemos falar? O espetáculo é uma comédia para adultos, censura 16 anos e se levar criança não venha reclamar! E os palavrões não são ditos à toa. Estão dentro de um conceito da comédia.

Fazem rir e se os atores ¬ zerem direito, o público vai amar! Aprendi alguns em inglês e seus sons são bons de dizer como beech e sheet. Toda vez que tô puta com alguma coisa, mando um sheet, baixinho , quase cochichando comigo mesma.

O palavrão bem dito, na hora certa, até alivia a gente. Um cara jogou um café no meu vidro porque passei na frente dele. No meu carro, gritei: “Filho da puta! “Ninguém ouviu, mas eu desabafei! Fiquei calminha e cheguei no o ce prontinha pra enfrentar todos os problemas do dia!

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