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Crônicas do dia a dia – Ai que preguiça…

Edel Holz  – Tô com preguiça de gente… todo tipo. Dos chatos quero distância. Como de­finir um chato? O chato é inconveniente que tenta te bajular o tempo todo e sempre pergunta se tá tudo bem. Tô com preguiça das redes sociais.

A falsa felicidade de todo mundo na internet.
Agora a preguiça maior é quando alguém morre e não falam de que. Pra que postar que a pessoa morreu se não falam a causa?
Pre­paro nem saber da morte! Principalmente quando a gente leva susto por ter sido de repente. Custa dizer se foi aneurisma, acidente de carro, de avião, pneumonia, AVC ou infarto?

Na época da COVID eu ­ ficava Tiririca da vida e comentava embaixo do post: morreu de quê?
O Robson Lemos queria me estrangular: Edel… pra que você precisa saber de quê que a pessoa morreu?

Curiosidade, gente. Curiosidade mata…
Tô com preguiça de trabalhar, de dar satisfação da minha vida pros outros, de coordenar 4 trabalhos de uma vez…
Tô com preguiça de não ter dinheiro pra fazer as coisas que eu quero, de comprar raspadinha e perder, de falar pra minha filha a mesma coisa todo dia e ela não ouve!
Tô com preguiça de cobrança, de me sentir culpada, ansiosa e impotente.
Tô com preguiça até de explicar porque escrevi está crônica. Escrevi porque quis. Da licença.


Edel Holz é a mais premiada e consagrada atriz, roteirista, diretora e produtora teatral brasileira nos Estados Unidos. Inquieta e de mente profícua, Edel tem sempre um projeto cultural engatilhado para oferecer para a comunidade brasileira. Damos boas vinda à poderosa e de efervescente Edel.

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