Brasil

Em crítica a Bolsonaro, João Doria convida-o a sair ‘da bolha

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou na terça-feira, 28, duramente a postura do presidente Jair Bolsonaro no combate ao avanço do novo coronavírus no País e pediu que ele saísse “da bolha”, ao ser questionado sobre as mortes na pandemia, Bolsonaro perguntou “Quer que eu faça o que?” Hoje, o presidente voltou a criticar governadores, citando Doria.

“Meus sentimentos aos familiares de 5.017 brasileiros que perderam a vida pelo coronavírus em todo o País. Quero dizer ao presidente, o mesmo presidente que ontem respondeu: ‘Quer que faça o que?’. Eu posso enumerar atitudes que o senhor deveria ter tomado e não adotou. É fazer aquilo que o senhor não fez”, disse o governador de São Paulo.

E continuou: “Primeiro, respeitar os brasileiros que o elegeram e os que não o elegeram. Respeitando pessoas, parentes, amigos de pessoas que perderam parentes para o coronavírus, que o senhor classificou como uma gripezinha, que não era grave. Que o senhor respeite o luto de pessoas que perderam entes queridos.” Doria chamou o presidente para vir a São Paulo e acompanhar a situação no Estado.

“Convido o senhor, venha a São Paulo. Saia de Brasília e venha visitar o Hospital das Clínicas, os hospitais de campanha. Venha ver as pessoas agonizando nos leitos e a preocupação dos profissionais de saúde de São Paulo. E se não quiser visitar São Paulo, por medo ou qualquer outra razão, vá ver o colapso da saúde em Manaus.

Veja a realidade do seu País”, disse. “Saia da sua bolha, do seu mundinho de ódio. Percorra hospitais e seja solidário com a realidade do seu País. E, por fi m, o senhor que gosta de tratar tudo como números e acha que a vida é um número, eu como governador, mas como ser humano, não acho que vida é número. Nem meus filhos são tratados por número.

Meus filhos são tratados por nome, com carinho e afeto. Trabalho para salvar vidas. A vida é sentimento e espero que o senhor possa resgatar o seu para ter um olhar de compaixão pelo seu País e pelos brasileiros”.

O governador ainda cobrou “respeito” de Bolsonaro aos profissionais da saúde. Ainda na noite da terça-feira, 28, quando questionado sobre o recorde no número de mortes pela doença no País, Bolsonaro respondeu: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse Bolsonaro, em referência a seu segundo nome.

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