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Esquema no MEC: Justiça manda prender Milton Ribeiro e pastores por esquema de liberação de verba

 Da Redação com G1 – A Polícia Federal deflagrou hoje (22) uma operação que tem como alvos o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e pastores suspeitos de montar um gabinete paralelo para liberação de verbas dentro do MEC.

A PF investiga Ribeiro por suposto favorecimento aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e a atuação informal deles na liberação de recursos do ministério. Há suspeita de cobrança de propina. O inquérito foi aberto após o jornal “O Estado de S. Paulo” revelar, em março, a existência de um “gabinete paralelo” dentro do MEC controlado pelos pastores.

Reunião do ministro da Educação com prefeitos em Brasília, com a presença dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura
Imagem: Reprodução/Instagram/mribeiro.mec

Dias depois, o jornal “Folha de S.Paulo” divulgou um áudio de uma reunião em que Ribeiro afirmou que, a pedido de Bolsonaro, repassava verbas para municípios indicados pelo pastor Gilmar Silva.

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, disse o ministro no áudio.

“Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, complementou Ribeiro.

Após a revelação do áudio, Ribeiro deixou o comando do Ministério da Educação.

O caso envolve suspeitas de corrupção. Prefeitos denunciaram pedidos de propina – em dinheiro e em ouro – em troca da liberação de recursos para os municípios. Milton Ribeiro disse que pediu apuração dessas denúncia à Controladoria-Geral da União.

Tráfico de influência
De acordo com apuração da TV Globo, a operação deflagrada nesta quarta investiga a prática de tráfico de influência e corrupção na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação.

Foram cumpridos cinco mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nos estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal.

Um quilo de ouro

Em 24/03 0 jornal O Estado de S.Paulo divulgou que o prefeito Gilberto Braga (PSDB), da cidade de Luís Domingues (MA), disse que o pastor Arilton Moura pediu R$ 15 mil adiantados apenas para protocolar demandas. E depois definiu o preço da propina: “Traz 1 kg de ouro para mim”, teria dito o pastor ao prefeito.

O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro

Milton Ribeiro tem graduação em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul, graduação em Direito pelo Instituto Toledo de Ensino, mestrado em Direito Constitucional pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo.

Atuou como reitor em exercício e vice-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Também é especialista em Gestão Universitária pelo Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub). Milton Ribeiro tem 63 anos, é professor, casado, pai de duas filhas e nasceu em São Vicente, no litoral de São Paulo. Atuava na Comissão de Ética Pública (sic) da Presidência da República desde maio de 2019. Foi nomeado ministro de Estado da Educação em 10 de julho de 2020.

 

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