EUA Imigração Local

Golpista lesa trabalhadores com promessa de carteira de motorista

Jehozadak Pereira  –
A brasileira Christine Krynski aproveitou-se da necessidade que trabalhadores brasileiros indocumentados têm de ter uma carteira de motorista e lesou dezenas de pessoas no Estado de Massachusetts em milhares de dólares. Um grupo de brasileiros tomou conhecimento no ano passado que Christine ajudava pessoas a tirar carteira de motorista em Connecticut e Maryland e alegando conhecer pessoas ‘lá de dentro’ dos respectivos departamentos que emitem a carteira de motorista, além de preparar toda a documentação e endereços para que as pessoas pudessem conseguir uma carteira de motorista, mesmo que não morassem nestes locais.

Para um grupo de pessoas de Massachusetts, Christine cobrou US$ 1,4 mil por ‘assessoria’, prometendo marcar datas e acompanha-los nos agendamentos, além de fornecer os endereços para cada um nos respectivos estados. Christine cobrava US$ 350 para iniciar o processo; US$ 700 quando o agendamento da data fosse confirmado e US$ 350 quando a pessoa recebesse a carteira de motorista. Para provar que seu esquema dava certo, ela apresentava a cópia de uma carteira de motorista emitida em nome de um brasileiro. “Para mim e minha família ela contou um monte de histórias e prometeu outras tantas coisas, sempre no sentido de nos passar a perna.

Para ‘confirmar’ a sua história ele me colocou para falar com um brasileiro que confirmou o trabalho dela”, diz uma brasileira moradora de Massachusetts que falou com a condição de anonimato. Para a família desta brasileira, Christine Krynski chegou a marcar um ‘agendamento’ em Connecticut no mês de abril de 2018. “Fomos até lá e ela não apareceu e deu como desculpa o fato de que o fi lho dela estava internado em um hospital e chegou a me mandar fotos de uma criança com sonda e soro nas mãos e nos braços, como razão para não aparecer.

Acontece que não havia nenhum agendamento marcado para nós naquele ou em outros dias. Para evitar problemas voltamos para casa totalmente decepcionados e frustrados”, disse a mulher. “Depois disto nunca mais conseguimos falar com ela e soubemos através de um grupo no WhatsApp que ela lesou outras pessoas na nossa região com o mesmo golpe”. Só da família desta brasileira, Christine Krynski pegou US$ 4,3 mil que ou foram entregues em mãos ou através de depósitos bancários na conta da golpista.

Os valores foram todos em dinheiro e os respectivos comprovantes estão em poder do blog. Para suas vítimas, Christine Krynski pedia mais dinheiro, para que segundo ela uma ‘estrela’ fosse colocada nas carteiras de cada um, referindo-se possivelmente ao Real ID, ainda de acordo com a brasileira, isto impediria que a polícia checasse a placa quando alguém fosse parado. “A Christine esteve na minha casa, comeu da minha comida e se fez passar por minha amiga para lesar a mim, minha família e outras pessoas.

Com o passar do tempo foi ficando evidente que havíamos caído em um golpe e que teríamos de volta o nosso dinheiro”, afirma. Por mensagens de WhatsApp, Christina alegou doenças e dificuldades financeiras e que iria devolver o dinheiro de todos, e para isto estava buscando obter um empréstimo bancário. Quando ficou claro que haviam sido lesados e que foram vítimas de um golpe, cobraram de Christine a devolução do dinheiro em mensagens do WhatsApp, já que ela não mais os atendia para conversar.

Algumas vezes ao ser questionada sobre suas práticas, Christine dizia que podia denunciar a pessoa para a Imigração se o caso fosse parar na polícia. Meses atrás, um dos muitos lesados em Massachusetts, acusou Christine em alguns bazares e outras vítimas lesadas apareceram, mas ninguém conseguiu localiza-la.

Acerca de duas semanas, Christine Krynski foi vista e fotografada por uma das suas vítimas em Framingham, e quando foi confrontada disse que não se lembrava da pessoa, entrou em um carro com placas da Pennsylvania e foi embora sem prestar contas ou dar satisfação do dinheiro que tomou das pessoas. Uma checagem na placa do veículo em que Christine estavam constatou que o veículo está em nome de um homem de 105 anos. A conta corrente bancária para onde foram feitas remessas e depósitos foi encerrada.

Carteiras de motoristas dos Estados de Connecticut e Maryland são exclusivas para moradores destes locais, inclusive indocumentados. “Eu sei que foi burrice e ingenuidade mas é o desespero de quem não tem documento aqui”, fi nalizou uma das brasileiras que caiu no conto e na vigarice de Christine Krynski e que foram lesadas pela espertalhona. Fonte: MundoYes.com

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