O presidente Donald Trump demitiu o secretário de Justiça, Jeff Sessions, um dia após as eleições de meio de mandato e foi anunciada em carta enviada na por ele nesta quarta-feira, 7, ao chefe de gabinete da Casa Branca, John Kelly. “A seu pedido, submeto minha renúncia”, escreveu Sessions no início da mensagem. Trump anunciou sua saída em um tuíte, acrescentando que o assessor de Sessions Matt Whitaker se tornaria o novo secretário de Justiça interino.
Sessions era senador pelo Estado do Alabama e foi o primeiro senador republicano a apoiar a candidatura de Trump. Ele trabalhou na campanha presidencial e, por ser visto como fi el aliado, ganhou o cargo de secretário de Justiça após a eleição. A relação entre os dois, no entanto, azedou logo após a posse, em fevereiro de 2017. Durante a campanha, Sessions havia se reunido por duas vezes com o embaixador russo nos EUA, Sergei Kislyak.
Por isso, foi aconselhado pelo conselho de ética do Departamento de Justiça a rejeitar o comando das investigações sobre conluio entre a campanha republicana e a Rússia. A decisão enfureceu o presidente. “Se eu soubesse disso, não o teria indicado para o cargo”, reclamou Trump. Com Sessions fora do caminho, em maio de 2017, as investigações recaíram sobre o vice-secretário de Justiça, Rod Rosenstein, que indicou um procurador especial para conduzir o caso: Robert Mueller. Ex-diretor do FBI, Mueller tinha reputação impecável, tanto entre republicanos como entre democratas.
Desde então, Mueller tem conduzido as investigações em absoluto sigilo e discrição. Aos poucos, o cerco ao presidente foi se fechando. Seu ex-chefe de campanha, Paul Manafort, foi indiciado. Rick Gates, número 2 da equipe de campanha, se declarou culpado de falso testemunho e conspiração, em troca de colaborar com o trabalho de Mueller.