Política

Michel Temer se diz indignado com nova ordem de prisão

Após ter a prisão decretada pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) na quarta-feira, 8, o ex-presidente Michel Temer se entregou na superintendência da Polícia Federal em São Paulo. No início da noite, ele passou por exames de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) e voltou ao prédio da PF, onde passará a noite.

“O ex-presidente mostra indignação própria de quem é vítima de injustiça, mas ele tem também uma característica muito forte em sua personalidade que é a serenidade. Além de tudo, ele confia muito no poder Judiciário, entende que é vítima hoje de uma injustiça, mas confi a no poder Judiciário e sabe que lamentavelmente é necessário transpor alguns degraus para obter a solução justa”, declarou Carnelós a jornalistas.

O defensor ainda classificou a prisão de Temer como “ilegal, injusta e cruel” e “baseada em hipóteses”. Ele entrou com um habeas corpus pela liberdade do ex-presidente no Superior Tribunal de Justiça (STJ), cuja Sexta Turma vai analisar o pedido na terça-feira, 14. O colegiado é composto por cinco ministros: Antonio Saldanha Palheiro, Laurita Vaz, Rogério Schietti, Sebastião Reis e Nefi Cordeiro.

Mais cedo na quinta-feira, o desembargador federal Abel Gomes, do TRF2, atendeu a um pedido das defesas de Michel Temer e do coronel reformado da PM João Baptista Lima Filho, que também se entregou na quinta, e autorizou que ambos fi quem detidos em São Paulo, onde vivem suas famílias.

O coronel Lima será levado a uma unidade prisional militar, o Presídio Militar Romão Gomes, na Vila Albertina, zona norte de São Paulo. Já a defesa de Temer pediu que ele seja custodiado em uma sala de Estado-maior, sem características de cadeia, uma sala individual e sem grades, com o que a juíza federal substituta Caroline Vieira Figueiredo, responsável pelo mandado de prisão, concordou. Enquanto a acomodação ideal não é definida, Temer fi cará provisoriamente na superintendência da PF na capital paulista.

Segundo Eduardo Carnelós declarou a jornalistas, o superintendente da PF informou à magistrada que o prédio da corporação em São Paulo não tem estrutura própria para custodiar um ex-presidente, mas que, se não for encontrado local adequado na cidade, a superintendência fará adaptações para acomodar Temer. Por meio de nota, a PF afirma que o emedebista segue no prédio “até que haja decisão em contrário”.

Michel Temer e Lima são alvos da Operação Descontaminação, desdobramento da Operação Lava Jato no Rio para investigar desvios em contratos de obras na usina Angra 3, construída e operada pela Eletronuclear, estatal que recebia influência política do emedebista e aliados dele. Os dois já haviam sido presos em março, quando a ação foi deflagrada, e foram soltos quatro dias depois, por uma decisão liminar, isto é, provisória, do desembargador federal Antonio Ivan Athié, da 1ª Turma Especializada do TRF2.

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