Imigração

Operação do ICE contra indocumentados começará no domingo

As incursões determinadas pelo presidente Donald Trump para prender milhares de imigrantes sem documentos estão programadas para começar no domingo, de acordo com fontes citadas pelo jornal New York Times. A operação, que deve acontecer em dez grandes cidades e é apoiada pelo próprio Trump, havia sido adiada na última semana de junho, em parte por causa da resistência de funcionários do U.S. Immigration and Customs Enforcement’s (ICE).

Os alvos serão cerca de dois mil imigrantes com ordem de deportação, cujas famílias atravessaram a fronteira americana recentemente. Mas a operação, que será conduzida pela ICE ao longo de vários dias, incluirá deportações ‘colaterais’, segundo funcionários e ex-funcionários do governo, que falaram sob condição de anonimato ao jornal.

Isso significa que as autoridades poderão deter imigrantes que estejam nos locais das batidas por acaso, mesmo que não sejam, a princípio, alvo delas, o que pode ter impacto direto nos brasileiros que vivem no país. Segundo o Times, famílias detidas juntas serão mantidas preferencialmente em centros de detenção familiar no Texas e na Pensilvânia até a deportação. Mas, devido a limitações de espaço, alguns podem acabar fi cando alojados em quartos de hotel até que seus documentos de viagem sejam preparados.

Os agentes do ICE se preocupam com o sucesso da operação, já que os rumores sobre as batidas já se espalharam entre as comunidades de estrangeiros nos Estados Unidos e os imigrantes já sabem como evitar sua prisão: recusando-se a abrir a porta quando um agente chega em sua casa. As autoridades imigratórias não podem entrar à força na casa das pessoas, segundo a lei do país.

A política migratória do governo Trump é criticada desde que o republicano assumiu o posto de presidente em 2017. Recentemente, novas denúncias sobre as péssimas condições em que os imigrantes são mantidos nos centros de detenção no Texas abalaram o governo do magnata. Um relatório do Department of Homeland Security (DHS) demonstrou preocupação com a superlotação e a permanência prolongada das famílias nos locais. Segundo o documento, crianças com menos de sete anos não acompanhadas permanecem por mais de duas semanas esperando sua transferência, quando deveriam ser entregues a parentes ou agências governamentais especializadas no prazo de 72 horas.

De acordo com o New York Times, parentes detidos juntos serão mantidos em centros de detenção familiar no Texas e na Pensilvânia. Devido a limitações de espaço, no entanto, alguns podem acabar fi – cando em quartos de hotel até que seus documentos sejam preparados. O número de crianças desacompanhadas em centros de detenção despencou nas últimas semanas, chegando a cerca de 200.

Em maio, eram mais de 2.500 crianças sob custódia do Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras. Na quarta-feira, 10, o porta-voz do ICE, Matthew Bourke, afirmou em comunicado que a agência não comentaria detalhes específicos relacionados a operações de fiscalização, para garantir a segurança e proteção dos funcionários.

Entre as condições que violam os padrões do DHS os inspetores assinalaram a falta de lavanderias, chuveiros, comidas quentes e a possibilidade de mudança de roupa. Algumas fotos no relatório revelam celas abarrotadas e habitações divididas por telas de arame. Em junho, funcionários doa U.S. Customs and Border Protection (CBP) prenderam 94.897 imigrantes na fronteira dos Estados Unidos com o México. Foi uma queda de 28,6% na comparação com o mês de maio, quando foram detidas cerca de 133.000 pessoas.

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