JCEDITORES – Os Estados Unidos dificilmente serão um país com fronteiras abertas a curto ou a médio prazo, pode eventualmente permitir níveis mais elevados de imigração legal, mas apenas se as leis que regulam seu sistema migratório forem reformadas e isso deve ocorrer em conjunto com o fortalecimento da segurança de suas fronteiras e essas mudanças não acontecerão sem um cálculo honesto dos custos e benefícios da imigração, legal ou ilegal, na economia do país.
Os ativistas favoráveis a política de fronteiras abertas promove os benefícios da imigração e de como os renovam a economia local suprindo a falta de mão de obra. Muitos imigrantes, legais ou não, estão fugindo da disfunção social em seus países de origem onde as instituições políticas são predatórias onde a escassez de capital nessas tornam o trabalho improdutivo e dos baixos salários.
Os imigrantes, de uma forma geral procuram os Estados Unidos porque aqui (nos Estados Unidos) os salários são muito mais altos graças ao capital abundante e as instituições que cumprem suas funções possibilitando aos imigrantes o acesso a proteção da lei podendo desfrutar dos mesmos padrões de vida dos cidadãos nativos usufruindo da produção de bens e serviços produzidos pelo trabalho desses nativos e imigrantes. É uma vitória para ambas as partes.
Os benefícios da imigração legal ou ilegal, certamente excedem os custos aparentes. Mas há certos custos, os imigrantes não estão distribuídos uniformemente nos EUA principalmente nos estados fronteiriços que veem a imigração como uma sobrecarga que drenam os seus recursos públicos. Não é razoável exigir que as comunidades fronteiriças arquem sozinhos com os custos imediatos enquanto os benefícios de longo prazo se acumulam principalmente em outros distantes.
Enquanto houver governantes que enxergam apenas os benefícios da exploração da mão de obra dos imigrantes em suas comunidades sem considerar no ônus causado nas comunidades dos estados fronteiriços a aprovação de uma reforma migratória que beneficie toda a sociedade americana e principalmente os imigrantes, ainda será um sonho distante.
A reforma da imigração a ser aprovada será decorrente de um estudo em que devem serem ouvidos os vários grupos de interesses e a sociedade americana. Há boas razões para pressionar por mudanças que permitam elevar ainda mais os níveis de imigrantes nos Estados Unidos. Mas não chegaremos a um acordo com análises abstratas baseadas apenas em custo-benefício como num balaço contábil.
Para desbloquear a promessa da imigração, precisamos de uma estratégia realista para garantir que os custos não sejam distribuídos de forma desproporcionais na sociedade americana.
A atual política de imigração recompensa os estados mais ricos
Quando as autoridades eleitas dos estados do sul transportaram imigrantes para cidades ‘santuário’ de imigrantes e outras comunidades de luxo, isso representou um golpe político contra o discurso fácil dos governantes liberais que tiveram que lidar diretamente com as questões migratória e que estes também deveriam assumir parte dos custos e não apenas colher os frutos do trabalho barato da mão de obra dos imigrantes em suas comunidades. Todo mundo quer os benefícios materiais decorrentes da imigração legal ou ilegal, só que ninguém quer pagar a conta. O sistema atual de imigração é por isso ineficaz e discriminatório.
Ineficaz porque não capitaliza os ganhos da imigração com as comunidades que mais sofrem com o impacto da imigração ilegal e é discriminatória porque ignora os interesses das comunidades fronteiriças onde o caos mostrado na fronteira EUA-México diminui o interesse do contribuinte americano pela reforma da imigração por justa que ela seja.
É importante lembrar que somente o governo federal tem com controle da fronteira e pode persuadir o público de que é seguro a fronteira é segura e que pode fazer uma reforma migratória sem comprometer a segurança nacional.
O controle fronteiriço e a imigração não são um fim em si mesmo, objetivo é o despertar humano para a cidadania e para a nação como um todo.
