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Para um terço dos americanos coronavírus foi criado em laboratório

EXTRA – O avanço da covid-19 nos Estados Unidos faz crescer não só o medo entre a população, mas também as teorias da conspiração. Um terço dos americanos acredita que o coronavírus é uma criação de laboratório. É o que aponta um estudo do Pew Research Center realizado com 8.914 pessoas entre os dias 10 e 16 de março, quando a pandemia ganhava força no país, que agora já registra mais de 20 mil mortes.

Embora até hoje não haja indícios de que a origem do vírus é artificial, nem todos os americanos estão certos disso. No geral, 43% disseram acreditar que o Sars-COV-2 surgiu naturalmente. Para 29%, no entanto, ele foi criado dentro de um laboratório (23% creem ter sido de forma intencional; 6% acham que foi por acidente). Já outros 25% não souberam responder.

Recortes como idade, gênero, e escolaridade fazem este percentual variar. Entre os homens, a quantidade daqueles que acreditam na origem natural do vírus é maior: 46% contra 41% das mulheres, que se mostraram mais indecisas (28% não soube responder, contra 22%). Já em relação aos que apostam na criação artificial a porcentagem é parecida: 30% entre eles e 29% entre elas.

Os resultados por idade podem ser considerados surpreendentes.

Quanto maior a faixa etária, maior também é a crença no discurso científico de que o vírus surgiu de forma natural. Entre os com 65 anos ou mais, 51% responderam ter esta convicção. Já entre os americanos dos 30 aos 64 anos, esta fatia é menor: 42%. Os mais jovens(dos 18 aos 29) são os que menos acreditam nesta versão: 39%.

Já a origem artificial do vírus segue o caminho contrário e encontra maior adesão justamente nos mais jovens: 35%, sendo que 27% defendem que o Sars-COV-2 foi criado intencionalmente. Entre os idosos: o percentual de quem acredita na criação in vitro do coronavírus é bem menor: 21%.

Assim como os mais jovens, os hispânicos também são mais adeptos da teoria da conspiração. Para 39% deles, o vírus nasceu em um laboratório. Entre os brancos, a maioria (50%) defenderam a origem natural. Já a maior parte dos negros entrevistados (41%) não soube responder. No entanto, os afrodescendentes são os que menos acreditam que a Covid-19 nasceu na natureza. Apenas 21% responderam esta opção, contra 35% dos hispânicos.

A maior disparidade está na escolaridade. Quanto mais escolarizado, maior a certeza de que a origem do vírus é natural. Entre quem completou o Ensino Superior, são 61% contra apenas 31% dos que, no máximo, completaram o Ensino Médio. A lógica se inverte em relação à criação artificial do Sars-COV-2. São 35% entre os menos escolarizados contra 19% de quem tem diploma universitário.

Um dado importante para o qual a pesquisa chama a atenção é a influência da política na visão dos americanos sobre o vírus. A crença na origem varia de acordo com a posição ou ideologia de cada entrevistado. Entre os democratas ou os independentes mais identificados com eles, 52% responderam que o causador da Covid-19 surgiu na natureza (contra 21% que acreditam na criação artificial).

Já os republicanos ou os independentes de inclinação republicana estão mais divididos: 37% são mais adeptos do nascimento do coronavírus em um laboratório, 37% apostam no surgimento natural e outros 27% não souberam responder. Este resultado pode ser um reflexo da postura do presidente Donald Trump. Nas primeiras semanas, ele negou a gravidade do coronavírus e não apoiou as recomendações de isolamento social. Só mudou de atitude depois. Hoje, os Estados Unidos são o país mais afetado pela doença.

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