Em entrevista coletiva, o advogado Mark Pearlman disse que essa é a primeira vez em que uma lista tão completa foi elaborada. O documento tem 185 páginas e contém antecedentes e histórico de trabalho dos acusados. As informações foram extraídas dos dados preliminares de uma investigação realizada no ano passado pela então procuradora-geral de Illinois, Lisa Madigan, que analisou 690 denúncias “críveis” nas arquidiocese de Chicago e nas dioceses de Belleville, Joliet, Peoria, Rockfort e Springfi eld, todas em Illinois.
A investigação comprovou que o problema dos abusos cometidos por padres era “muito mais extenso” do que o reportado pelas dioceses de Illinois, que “desprezaram e não averiguaram denúncias de sobreviventes”, afirmou Pearlman. “Os dados revelam a horrorosa escala dos sacerdotes que atacam sexualmente menores até os dias de hoje”, diz o relatório, intitulado The Anderson Report.
“Talvez a mais impactante das descobertas tenha sido que alguns autores (dos abusos) foram transferidos intencionalmente e mantidos em postos de confiança com fácil acesso a menores, mesmo depois de ser descoberto que abusavam sexualmente deles”, acrescenta. O relatório afirma que podem existir centenas de outros supostos abusadores nas dioceses e ordens religiosas de Illinois, cujas identidades nunca foram reveladas publicamente, e por isso o trabalho por informação e nomes continuará.
Em uma declaração sobre o relatório, a Arquidiocese de Chicago afirmou que ele mistura nomes de pessoas que foram acusadas, mas podem ser inocentes, com nomes de pessoas que tiveram as acusações confirmadas, referindo-se assim a todos como autores. Na lista divulgada estão 22 padres que apareciam no site da arquidiocese, sendo que 20 foram denunciados às autoridades civis, o nome de outro foi divulgado recentemente e o último caso corresponde a um suposto abuso cometido com um maior de idade.
De acordo com a Arquidiocese de Chicago, muitos nomes que aparecem na lista correspondem a sacerdotes de outras ordens religiosas, que ela ressalta serem gerenciadas de maneira separada na Igreja Católica, e cada grupo é responsável por sua própria cadeia de comando.