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SOS da Vida – Eletrônicos, a droga silenciosa

Por: Eliana Pereira Ignacio – Olá, meus caros leitores hoje vou trazer um texto utilizado para dependentes químicos e fazer uma analogia com o uso de eletrônicos, como forma de reflexão costuma-se usar o termo “Rei Bebê” na dependência química para designar o adicto que carrega consigo muitas características infantis, características essas que contribuem para manter a dependência, e se o adicto não tiver consciência dessas atitudes e comportamentos, isso pode interferir seriamente em sua recuperação.

A base da rendição na recuperação é o reconhecimento da impotência, mas a aceitação deve ser total, para que ocorra de fato uma mudança. Muitos reconhecem sua impotência, mas não a aceitam, pela necessidade e imaturidade em se manterem no controle de tudo.

É necessário identificar e renunciar os traços infantis para que a doença seja dominada, pois a compulsividade do Rei Bebê pode acelerar a doença ou conduzir a uma recaída.

O Rei Bebê tenta fazer com que todas as suas necessidades sejam aceitas, o egocentrismo é uma característica muito marcante nesse comportamento, pois existe a necessidade clara de que tudo seja feito conforme sua vontade, o “mundo tem que girar ao redor do adicto”.

Algumas características muito comuns na personalidade Rei Bebê:

  • Apresentam dificuldades com figuras de autoridade buscam aprovação constante, tentando agir conforme o desejo do outro, e dessa forma, deixam de ter existência própria.
  • Causam uma primeira boa impressão, são gentis, mas não conseguem se manter por muito tempo assim. Têm dificuldades para aceitarem que têm falhas e que podem errar.
  • Dificilmente sentem-se satisfeitos. Frequentemente se sentem só, mesmo estando com muitas pessoas ao seu redor.
  • A culpa é sempre do outro, de tudo que acontece de ruim em sua vida. Tudo tem que ser conforme sua vontade, não aceita um NÃO.
  • Potencializam todos os acontecimentos como sendo de vida ou de morte. Estão presos ao passado, e sentem muito medo do futuro, pois o futuro requer amadurecimento. Não conseguem fazer coisas novas, devido ao medo do insucesso e da rejeição.
  • O Rei Bebê é obcecado por coisas materiais e apresentam grande dificuldade para colocar em prática todos os seus projetos, pois costumam ter mania de grandiosidade.
  • Acreditam que as regras são para os outros e não para ele – Escondem todos os seus sentimentos.
  • Frequentemente estão se comparando aos outros, com um grande sentimento de falta de valor próprio, e culpa, por isso se tornam egoísta e exigente.

A imaturidade é um reduto para o Rei Bebê, que faz com que este acredite que sempre tem razão, os outros é que estão errados. O controle e o domínio são necessários para o Rei Bebê sentir-se bem. São capazes de criarem situações de crises e confusões por não conseguirem suportar as coisas ocorrendo bem demais.

O Rei bebê tem a autoestima diminuída, fazendo com que sua vida seja frustrante, não consegue perceber que o inimigo está dentro de si próprio, e o uso de drogas liberta suas frustrações, raivas, ressentimentos, medos e repressões.

Sendo assim, o Rei Bebê, não consegue imaginar sua vida sem a substância química, pois é esta que o alivia de toda a pressão imposta por ele mesmo. Assim como no caso do Rei Bebê, o uso excessivo de eletrônicos por crianças e adolescentes pode levar a uma dependência que pode ter efeitos negativos em suas vidas. Como o Rei Bebê, esses jovens podem apresentar comportamentos infantis e imaturos que contribuem para manter a dependência, como a com pulsão por estar sempre conectado, a necessidade de ter suas vontades atendidas e a dificuldade em aceitar falhas e limitações.

Muitas vezes, esses jovens podem reconhecer que têm um problema, mas não aceitam sua impotência em relação ao uso dos eletrônicos. Eles podem se sentir no controle de tudo e acreditar que seu uso excessivo é apenas uma escolha pessoal, sem considerar os efeitos negativos em sua vida social, acadêmica e emocional.

Além disso, assim como o Rei Bebê, jovens viciados em eletrônicos podem apresentar dificuldades com figuras de autoridade, buscando aprovação constante e sendo egoístas em suas relações com os outros.
Eles podem ter dificuldade em lidar com situações novas e desconhecidas, bem como em aceitar regras e limites impostos por outras pessoas.

Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres. João 8:36
Até a próxima semana!


Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualifi cações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jornaldossportsusa.com

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