Esportes

Sport Total – Eu não tiro ninguém

Por: Alfredo Melo – Quando foi contratado para dirigir o time do Se Perder Acaba, o treinador Julinho 7J1E, não tinha noção, da paixão do povo da cidade de Frigideira, pelo time da cidade.
Na semana que antecedeu a estreia do time no campeonato da Liga Regional, foram tantas as preções em cima de Julinho para que escalasse fulano, beltrano e ciclano, que no vestiário, antes de entrar em campo, Julinho escalou o time com 12 jogadores, alertado pelo capitão do time, o zagueiro Pilombeta, Julinho pediu ao capitão que não fizesse nenhum comentário, pois, era problema do juiz. Com os times em campo e com o juiz pronto pra iniciar a partida, começaram os gritos do banco de reservas do time adversário, “ta com doze”, seu juiz, “eles estão com doze”.

O juiz contou os jogadores e realmente o Se Perder Acaba, tinha um a mais em campo, imediatamente, chamou o capitão Pilombeta e pediu que tirasse um jogador de campo. Pilombeta, respondeu ao juiz que isso era problema do treinador e que ele não tinha autoridade para mexer no time.

O arbitro foi ao banco de reservas e pediu que o treinador Julinho, tirasse um jogador de campo. Juninho chamou o arbitro até a bandeirinha de escanteio e desabafou. “Seu juiz, sou novo na cidade, essa e a minha primeira partida com esse time, já passei dos 50 anos e não posso perder esse emprego. No primeiro treino, recebi várias visitas de pessoas influentes na cidade, sugerindo que eu escalasse os seus protegidos. São quatro pedidos do prefeito, três do delegado, dois do chefe do quartel da PM, dois do presidente da Câmara dos Vereadores, um do padre e um do gerente do Banco do Brasil. Só não escalei 13, porque o sobrinho do prefeito bebeu demais, ontem a noite e pediu pra não jogar. O senhor tem que me ajudar, vai lá escolhe um e tira. O senhor pode fazer isso, não quero ter problemas. Só não tira o 4 e o 10, um é filho do delegado e o outro filho do gerente do Banco do Brasil, ou será o 9 e o 5? Já não sei mais, estou todo atrapalhado”.

O juiz se dirigiu ao banco de reservas do time adversário, indignado e desabafando em voz alta. Doze contra onze? Não aceito esse absurdo, comigo no apito, nunca. e virando-se para o treinador do time do Apanha Quieto, bradou “Professor coloca mais um em campo, odeio injustiça ….


Bem, até que enfim o Alfredo Melo assume a verdade que nunca quis calar: ele é o Gatinho Cruel, que agora sai de cena para dar lugar ao seu criador. Enorme criatura no sentido literal, na bondade, no caráter e no conhecimento profundo do futebol e das coisas boas da vida, inclusive pratos deliciosos. Ah, tem também a paixão pelo Botafogo cada dia maio.

Deixe um comentário

WordPress Ads