Por: Alfredo Melo – Na cidade de Rolândia, o clássico local Garganta Seca x Fecha Bar, agitava os 70 mil moradores da cidade, principalmente, pela rivalidade entre Bocage, goleiro do Fecha Bar e Zé Mare, centroavante do Garganta Seca. Zé Mare, era um atentado dentro de campo, qualquer que fosse o adversário do Garganta Seca, Zé Mare, não dava trégua na provocação, irritava o adversário até ele fazer um pênalti ou ser expulso.
Os adversários iam a loucura, perdiam a concentração e Zé Mare aproveitava para marcar gols. Certo dia, em uma partida contra o Garganta Seca, Bocage, goleiro da Fecha Bar, entrou em campo disposto a ignorar todas as provocações de Zé Mare e se manter concentrado na partida.
O jogo seguia 0x0 e Bocage ignorando, totalmente, as provocações de Zé Mare, que vendo que suas provocações não estavam fazendo efeito resolveu apelar para coisas mais fortes. Na cobrança de um corner a favor do Garganta Seca, Zé Mare disse para Bocage “Seu otário ta se achando porque ainda não tomou um gol, mas eu tenho certeza, de que em casa, a essa hora, ta tomando chifre“. Bocage ignorou totalmente Zé Mare.
Desesperado, na cobrança de um outro escanteio, Zé Mare, foi ao extremo e enfiou um dedo no “toba” de Bocage. Ninguém entendeu nada, quando viram Bocage correndo atrás de Zé, que procurava se esconder no banco de reservas do seu time, enquanto os jogadores dos dois times tentavam segurar Bocage, o goleiro, aos prantos dizia, “no meu toba, não”, eu vou te matar desgraçado, no meu “toba”, ninguém toca. Apavorado, Zé Mare, com a proteção dos seus colegas de time, conseguiu fugir para o vestiário, onde, Bocage alucinadamente, tentava invadir.
Finda a confusão, Zé Mare não voltou para o jogo, o técnico Trinca Ferro entendeu o pavor de Zé Mare e o substituiu, recomendando que ele fosse pra casa e se possível, “ficasse uma semana sem sair na rua, para não ser visto por Bocage”.
Bem, até que enfim o Alfredo Melo assume a verdade que nunca quis calar: ele é o Gatinho Cruel, que agora sai de cena para dar lugar ao seu criador. Enorme criatura no sentido literal, na bondade, no caráter e no conhecimento profundo do futebol e das coisas boas da vida, inclusive pratos deliciosos. Ah, tem também a paixão pelo Botafogo cada dia maior
