FOLHAPRESS – Agentes de patrulha fronteiriça dos Estados Unidos buscam nesta quarta-feira uma menina brasileira de 2 anos desaparecida no Rio Grande, na divisa com o México. A mãe dela relata que a criança sumiu na noite de segunda-feira, enquanto as duas atravessavam o rio, que faz parte da rota dos imigrantes que tentam chegar sem visto ao território americano.
A mãe da criança é de nacionalidade haitiana e foi detida por autoridades perto de Del Rio, no Texas, diz a imprensa americana. As buscas foram iniciadas por equipes mexicanas na segunda-feira e agora contam com veículos submarinos, mergulhadores e barcos, de acordo com autoridades locais.
“Toda vez que uma criança se perde é uma tragédia. Não posso imaginar a angústia dos pais desta pequena menina, e espero que nossos esforços de busca tenham um resultado positivo”, disse em nota o chefe dos agentes de patrulha da região em Del Rio, Raul L. Ortiz.
O Rio Grande — chamado de Rio Bravo pelos mexicanos — foi onde, na semana passada, o imigrante salvadorenho Óscar Martínez e sua filha de dois anos, Angie Valeria, morreram afogados enquanto atravessavam o mesmo rio na tentativa de chegar aos Estados Unidos. A imagem dos dois gerou comoção mundial ao mostrar o drama de milhares de miigrantes que usam rotas perigosas na tentativa de escapar da violência e da pobreza.
A ABC News explica que uma queda de neve maior do que a média em montanhas rochosas da região tem enviado mais água para o Rio Grande e canais adjacentes e, assim, aumentando a velocidade da correnteza, o que torna o rio mais periogoso. Agentes da fronteira dizem, de acordo com o veículo, que estão resgatando migrantes quase diariamente.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações, pelo menos 32 mil imigrantes, incluindo 1.600 crianças, morreram em jornadas perigosas na busca por melhores condições de vida desde que o órgão começou a compilar dados, em 2014.
A Patrulha de Fronteira dos EUA reportou 283 mortes de imigrantes em 2018. Ativistas dizem que o número real é bem maior, uma vez que muitos imigrantes que morrem em trechos acidentados do deserto ao longo da fronteira de 3.138 quilômetros nunca são encontrados.
Folhapress | 03/07/19 – 13h08 – Atualizado em 03/07/19 – 13h35