AFP – O espetáculo, que coloca o Rio sob os holofotes do mundo, encantou quase 70 mil participantes e mais milhões que o acompanharam pela televisão.
As doze escolas de samba, que disputam a honra de serem as melhores entre as melhores, chegam aqui depois de um ano de muito trabalho, milhares de horas de ensaio e muito amor pelo carnaval.
Salgueiro prestou homenagem ao povo yanomami, que vive uma crise humanitária devido à destruição de suas terras no norte do país.
Árvores cortadas com “sangue” jorrando deram lugar a uma figura monumental de um yanomami cercado por dançarinos com flores e penas.
“Aprendi português, a língua do opressor, para te mostrar que o meu penar também é a sua dor / Falar de amor enquanto a mata chora é uma luta sem flecha, da boca para fora”, cantaram todos.
O garimpo devasta esta comunidade, cujos membros sofrem de desnutrição, malária e doenças respiratórias. Além disso, são ameaçados e mortos por confrontarem os garimpeiros.
A situação levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a mobilizar permanentemente forças de segurança em janeiro.
“Viemos mostrar o que está acontecendo na Amazônia, como está o desmatamento, como o povo yanomami está sendo tratado (…) Tem criança, gente morrendo, e animais morrendo, estão queimando a floresta” disse Kevin Rodriguis, de 22 anos, após descer de guindaste de um carro alegórico do Salgueiro no final do desfile.