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Governo Biden enviara 1.500 militares à fronteira mexicana para lidar com o crescente fluxo migratório

Da Redação – Os Estados Unidos vão enviar 1.500 militares adicionais à fronteira com o México, mas, segundo o anúncio, esses soldados não participarão diretamente em atividades de manutenção da ordem.

Há uma previsão de que no futuro próximo pode haver um fluxo muito grande de imigrantes que tentarão entrar nos EUA.

Isso porque no dia 11 de maio será suspensa uma regulamentação conhecida como Título 42. Sob a justificativa de conter a pandemia de Covid-19 nos EUA, essa regra, na prática, permite que os EUA impeçam a entrada da grande maioria dos imigrantes que chegam à fronteira sem visto ou documentação necessária para entrar em território americano. Pela mesma regulamentação, os EUA podem expulsar os imigrantes imediatamente.

Desde que esta regra entrou em vigor, as autoridades americanas impediram mais de 2,7 milhões de pedidos de asilo. Só em março, mais de 160 mil migrantes tentaram entrar nos EUA.

Disparada do número de imigrantes no governo Biden
O governo do presidente Joe Biden, candidato à reeleição em 2024, sabe que a suspensão do Título 42 vai fazer com que o número de travessias na fronteira dispare, e tenta se preparar para o inevitável.

O porta-voz das Forças Armadas dos EUA, Pat Ryder, disse em um comunicado que o secretário de Defesa do país, Lloyd Austin, “aprovou um aumento temporário de 1.500 militares adicionais para complementar os esforços do Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras”.

Funcionários do Departamento de Defesa apoiam o departamento de proteção da fronteira há quase duas décadas, de modo que “se trata de uma prática comum”, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em coletiva de imprensa.

Segundo o Pentágono, os militares ficarão a cargo por 90 dias de trabalhos de detecção, monitoramento ou registro de dados até que o CBP possa assumir essas responsabilidades contratando novos funcionários.

“Os militares não participarão diretamente das atividades de manutenção da ordem”, afirmou Ryder.

Pedido de ajuda
Em comunicado, o Departamento de Segurança Interna reconheceu ter solicitado ajuda “devido à antecipação de um aumento da migração”, mas concorda que o pessoal do Departamento de Defesa “não interagirá com migrantes ou outras pessoas sob custódia do Departamento de Segurança Interna”.

Bateria de medidas
Consciente de que o tempo está se esgotando, o Departamento de Segurança Interna tenta resolver o problema em várias frentes.

No fim de abril, o órgão anunciou várias medidas, como a abertura de centros na Colômbia e na Guatemala para pré-selecionar migrantes que poderão entrar no país.

Também promete “simplificar” os processos de permissão de reagrupamento familiar para cubanos e haitianos e os estenderá a cidadãos de El Salvador, Guatemala, Honduras e Colômbia.

O aplicativo que os imigrantes usam para pedir para entrar nos EUA permanecerá ativo para que os eles possam agendar um horário e local do México para comparecer a um porto de entrada.

E a entrada por cotas de migrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela também será mantida.

O governo dos EUA afirma há meses que “a fronteira não estará aberta” e aplicará uma outra regra, o Título 8, que permite a expulsão de todos os migrantes que não tenham autorização de entrada e, ao contrário do Título 42, os penalizará com a proibição de reentrada em pelo menos cinco anos, se tentarem novamente, bem como possíveis processos criminais.

Nada disso seria necessário, insiste a Casa Branca, se o Congresso “fizesse seu trabalho”, disse Karine Jean-Pierre nesta terça-feira, em uma crítica aos republicanos, que se opõem à reforma migratória e que acusam Biden de não saber administrar o “caos na fronteira”.

Sem muro
Biden pôs fim à construção do muro que seu antecessor, o republicano Donald Trump, queria erguer na fronteira com o México, mas quebrou sua promessa de promover uma reforma migratória para abrir caminho à cidadania para milhões de migrantes.

O espaço de manobra de Biden tem sido muito limitado desde o início de seu mandato e principalmente agora, com o Congresso dividido: o Senado nas mãos dos democratas e a Câmara dos Representantes com uma estreita maioria republicana.

O presidente democrata também sofre com a oposição dos republicanos radicais que governam alguns estados e com uma Suprema Corte claramente contraria a cultura Woke que pauta a administração Biden.

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