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Ricardo Lewandowski aceita convite de Lula e será o novo ministro da Justiça do Brasil

FOLHAPRESS – O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski foi o escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública. O magistrado aceitou o convite, na noite desta quarta-feira (10/1), e ocupará o cargo de Flávio Dino, que deixa a pasta para assumir uma cadeira na Corte.
Lewandowski se reúne com o presidente para acertou os detalhes na manhã desta quinta-feira (11). O ministro aposentado do Supremo afirmou que precisava de carta branca para escolher os membros da própria equipe e pediu que a pasta não fosse dividida. O ponto de desacordo dos últimos dias girou em relação ao cargo de secretário-executivo da Justiça. Lewandowski quer autonomia para nomear uma pessoa de confiança dele, mas, atualmente, Ricardo Capelli ocupa a cadeira.

Lewandowski se aposentou em abril de 2023 porque completou 75 anos — idade máxima para ocupar uma cadeira na Corte. Ele entrou no Supremo em 2006, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e foi sucedido pelo advogado Cristiano Zanin. A expectativa é de que com o ingresso dele, a pasta sofra mudanças significativas, principalmente na gestão do sistema prisional e na investigação criminal conduzida pela Polícia Federal.

Lewandowski, durante passagem pelo Supremo, atuou em matérias de grande relevância para o direito penal. Ele tem um perfil garantista. O ministro aposentado foi responsável por decisões como a que estabeleceu no país a audiência de custódia, que deve avaliar as condições do preso e do ato da prisão em até 24 horas após a detenção.

Além dele, Ricardo Capelli estava na disputa pelo cargo e tinha um papel considerado mais operacional — ou seja, mais atuante no sentido de criar estratégias para reduzir a violência e o poder das organizações criminosas. Mas a expectativa sobre ele esfriou nas últimas semanas.

Lewandowski dedicou 17 de seus 33 anos de magistratura à Suprema Corte do país, onde relatou processos sobre temas de grande relevância, como a política de cotas raciais nas universidades, o direito à prisão domiciliar para mulheres presas gestantes, puérperas e mães de crianças de até 12 anos ou responsáveis por pessoa com deficiência, e diversas ações durante a pandemia da covid-19, como a que trata da vacinação obrigatória e das restrições civis para quem não se imunizasse. Ao final de sua gestão, presidiu o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no Senado.

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