O recente empate entre Espanha x Brasil, em 3×3, reforçou a verdade histórica, a Espanha é uma freguesa fiel do Brasil. Em 10 jogos, 5 vitorias brasileiras, 3 empates e apenas duas vitorias da Espanha.
O Brasil x Espanha que marcou a história dos confrontos, ocorreu na Copa do Mundo de 1950, no Maracanã, na disputa da semifinal do mundial, e perante 152 mil pagantes, o Brasil massacrou a Espanha por 6×1 com direito a festa-baile. Esta partida de triste memória para os espanhóis, entrou para a história como o jogo das Touradas em Madrid.
Quando o Brasil fez 5×0, sem se saber de onde ou com quem começou, se ouviu no estádio, a marchinha campeã do carnaval daquele ano. Em um delírio coletivo a multidão dançava e cantava, “eu fui as touradas em Madrid, pararatibum-bum-bum, pararatibum-bum-bum, e quase não volto mais aqui, pra ver Peri, beijar Ceci, pararatibum-bum-bum, pararatibum bum-bum, eu conheci uma espanhola, natural da Catalunha, queria que eu tocasse castanhola e pegasse touro a unha, caramba, caracoles sou do samba, não me amoles, pro Brasil eu vou fugir, isso e conversa mole para boi dormir”.
E assim ao som de “Touradas em Madrid” Zizinho marcou o sexto gol do Brasil, aos 22 minutos do segundo tempo e Silvestre, também, ao som da música carnavalesca, marcou aos 26 minutos do segundo tempo, o gol de honra da “Fúria”, daí em diante foi festa-baile, até o apito final.
Enquanto a multidão, sorria, cantava e dançava, um torcedor anônimo, permanecia sentado na arquibancada chorando e soluçando como uma criança, era Joao de Barro, o Braguinha autor da marchinha vencedora do carnaval de 1950, que animava aquela grandiosa festa. Desolados com a goleada sofrida em campo e se sentindo humilhados, pelo cântico da torcida, os dirigentes espanhóis, juraram, ainda no vestiário, que nunca mais, uma seleção espanhola de futebol, voltaria a jogar no Brasil.
A promessa durou 63 anos, só foi quebrada, em 2013. Como campeã europeia, a Espanha, teve que ir ao Brasil, disputar a Copa das Confederações, competição oficial da Fifa, e por infelicidade, cruzou na final com o Brasil, no Maracanã e tomou outro baile, dessa vez mais modesto, apenas 3×0. Em 2014, voltou ao Brasil, para o mundial, mas, por sorte, não enfrentou o Brasil
