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Mesmo sem terem seus nomes nas cédulas, Trump e Biden são os protagonistas dessas eleições

Da Redação – Os Estados Unidos realizam nesta terça-feira (08/11) as eleições de meio de mandato, e a expectativa é de que o resultado tenha um grande impacto nos dois anos que restam da gestão de Biden (e mais além).

Nos EUA, a Câmara dos Representantes e uma parte do Senado são renovadas a cada dois anos: em alguns casos, a votação coincide com as eleições presidenciais e, em outros, acontece no meio do mandato presidencial, como agora, e por isso tem este nome.

É por isso também que muitos veem esta eleição como um referendo em relação ao presidente em exercício. E é muito comum que, nesse processo, o partido que ocupa a Casa Branca tenda a perder cadeiras.

O Partido Democrata, de Biden, obteve maioria na Câmara e um empate no Senado na eleição de 2020, que, na prática, é maioria porque o voto de desempate recai sobre a vice-presidente Kamala Harris.

Isso permitiu que Biden aprovasse alguns dos projetos de sua ambiciosa agenda legislativa.

Para os republicanos, é um momento-chave: serão as primeiras eleições desde que Trump deixou a Casa Branca e, portanto, o melhor indicador para o ex-presidente decidir se concorre ou não como candidato à presidência em 2024.

Além disso, se os republicanos assumirem o controle de qualquer uma das Casas, eles podem colocar efetivamente um freio na agenda de Biden.

Também podem controlar os comitês de investigação do Congresso, o que possibilitaria encerrar a investigação em andamento sobre a invasão ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, embora a expectativa seja de que o trabalho da comissão seja concluído no fim deste ano.

Se os republicanos forem vitoriosos, a expectativa é de que a imigração, os direitos religiosos e o combate ao crime se tornem prioridades nacionais.

A pesquisa da Atlas Polling descobriu que, entre os eleitores adultos, 47,6% vão votar em candidatos do Partido Republicano, contra 44,1% que escolherão o Partido Democrata. Embora os republicanos estejam na frente, como é esperado, a corrida parece mais apertada do que de costume.

Os republicanos precisam ganhar cinco vagas para conquistar a maioria na Câmara e apenas uma para tomar o Senado. Normalmente, o partido de um presidente em exercício espera perder assentos na Câmara nas eleições de meio de mandato, mas os riscos parecem maiores para os democratas desta vez. Muitos republicanos que reproduzem a mentira de que Donald Trump venceu as eleições presidenciais de 2020 estão concorrendo a cargos, o que pinta um futuro dividido para o Congresso americano.

A volta de Trump
Diferentemente de ex-presidentes que perderam disputas eleitorais nos EUA, Trump não se retirou da política em silêncio.

Parece que ele ainda tem interesse em voltar à Casa Branca em 2024, e as eleições de meio de mandato podem acabar fortalecendo sua posição ou frustrando suas expectativas.

Embora ele não apareça nas cédulas de votação como candidato, o apoio político de Trump a dezenas de candidatos republicanos está lá.

Apesar das objeções de alguns líderes do partido, o ex-presidente conseguiu impulsionar alguns candidatos ao Senado — como o ex-jogador de futebol americano Herschel Walker (Geórgia), o médico estrela de TV Mehmet Oz (Pensilvânia) e o escritor populista JD Vance (Ohio) — que venceram republicanos mais tradicionais nas primárias.

Se esses candidatos ganharem, pode-se argumentar que os instintos políticos de Trump são aguçados e que seu tipo de política conservadora tem um apelo nacional.

Mas se os republicanos deixarem a desejar no Congresso, e por causa do fracasso dos candidatos pouco convencionais escolhidos por Trump, o ex-presidente pode levar a culpa.

Tal resultado aumentaria as esperanças dos adversários presidenciais de Trump dentro do partido.

Tanto o governador da Flórida, Ron DeSantis, quanto o governador do Texas, Greg Abbott, concorrem à reeleição em novembro e podem usar os resultados dessas disputas como trampolins para suas próprias campanhas para ganhar a nomeação republicana de 2024.

O futuro de Joe Biden
As eleições de meio de mandato normalmente são vistas como um referendo dos dois primeiros anos de um mandato presidencial; e é por isso que, historicamente, o partido no poder sofre uma derrota.

Os índices de aprovação de Biden estão baixos há mais de um ano.

Embora os democratas pareçam ter se recuperado um pouco, a alta da inflação e as preocupações com a economia representam um grande desafio para que o partido no poder consiga manter o controle das duas Casas do Congresso.

Em seus dois primeiros anos como presidente, Biden conseguiu aprovar novas leis relacionadas a questões como mudança climática, controle de armas, investimento em infraestrutura e pobreza infantil, apesar de contar com uma maioria apertada no Congresso.

No entanto, se o controle de qualquer uma das Casas passar para o Partido Republicano, este teria o poder de impedir que o Congresso aprove projetos de lei democratas, e o resultado seria um impasse legislativo.

Um resultado desfavorável para os democratas também seria interpretado como um sinal da contínua fraqueza política do presidente — e poderia reacender os apelos para que Biden deixe o caminho aberto para outro candidato democrata quando começar a campanha presidencial de 2024.

No entanto, o presidente e seus assessores insistem que vão concorrer à reeleição, e só aconteceu uma vez na política moderna de um presidente em exercício perder a nomeação de seu partido nas primárias.

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