Esportes

Sport Total – Uh tererê Uh tererê

Por: Alfredo Melo  – Essa história inacreditável, ocorreu no Jóquei Club Brasileiro, na cidade do Rio de Janeiro. Dois tratadores de cavalos que trabalhavam para o Haras Sunshine, vez por outra, apertavam o chamado “cigarrinho do capeta” ou como dizia alguns “dava um tapa no baseado”. Quando acendiam o bagulho, a maresia se espalhava pelas cocheiras e, a turma que era chegada pegava carona no “vapo”, os não iniciados se sentiram incomodados e foram reclamar com o proprietário do Haras.

A galera reclamava, mas em consideração aos colegas de trabalho, não citavam os nomes dos “vapozeiros” que assim continuavam acendendo e apertando, numa boa. Certo dia em visita as cocheiras o proprietário do Haras, sentiu a “maresia” e pode comprovar que de fato o bagulho incomodava e resolveu tomar uma providência, para sanar o problema.

Foi a polícia e pediu que na segunda-feira, dia de corridas noturna, a polícia realizasse uma batida nas cocheiras, antes do primeiro páreo. A denúncia foi aceita e depois das 18 horas, policiais da Delegacia da Gávea, foram direto para as cocheiras do Haras Sunshine, em busca da maldita.

A chegada da polícia levou os vapozeiros ao desespero. Na tentativa de se livrar do bagulho, esconderam a erva misturando com o feno seco, no cocho da égua Doce Erva, inscrita no quinto páreo. Depois da tentativa frustrada de encontrar a erva, os policias se retiraram. Aliviados, os malandros correram para o cocho da égua, chegando na hora em que Doce Erva ruminava a última porção da mistura.

A dupla desolada contou aos amigos o que a égua tinha feito e todos se lamentaram. A égua Doce Erva era apontada como a azarão do páreo não tinha a menor chance de vencer, pagando uma poule de 130 reais, para cada 1 real jogado.

A notícia se espalhou na Vila Hípica e todo mundo que estava trabalhando, apostou na égua. Quando os competidores se alinharam para a largada do quinto páreo e os portões se abriram, a égua Doce Erva disparou na frente, até mesmo para surpresa de seu jóquei.

Quando os animais entraram na curva da reta final, o locutor oficial do Hipódromo da Gávea, Ernani Pires Ferreira narrava a vitória como certa “Doce Erva dispara para o totalizador, não perde mais”. A égua cruzou a linha de chegada sob um coro ensurdecedor dos funcionários do Jóquei Clube que assistiam a corrida das populares. Uh tererê, Uh tererê, Uh tererê.


Bem, até que enfim o Alfredo Melo assume a verdade que nunca quis calar: ele é o Gatinho Cruel, que agora sai de cena para dar lugar ao seu criador. Enorme criatura no sentido literal, na bondade, no caráter e no conhecimento profundo do futebol e das coisas boas da vida, inclusive pratos deliciosos. Ah, tem também a paixão pelo Botafogo cada dia maior…

Deixe um comentário

WordPress Ads